Se possível, o uso de varfarina deve ser evitado durante a gestação. Caso seu uso seja essencial, deve ser evitado pelo menos durante o primeiro trimestre (devido ao risco de teratogenicidade) e de 2 a 4 semanas antes do parto para reduzir o número de complicações hemorrágicas. A heparina é uma alternativa, quando apropriado, pois não atravessa a placenta e é considerada o anticoagulante de escolha durante a gestação.
Diversas séries de casos do uso de varfarina têm sido publicadas e mostram uma clara associação entre seu uso e embriopatia. O exato risco de dano fetal é difícil de determinar porque a maior parte dos estudos são pequenos ou com metodologia comprometedora(1). Entretanto, alguns estudos apontam que o risco combinado de anomalias situa-se em torno de 6,4% (2) e parece ser dose-dependente(3).
Contudo, diversos relatos indicaram que o uso de varfarina entre 6 e 12 semanas de gestação está associado à Síndrome Varfarínica Fetal, caracterizada por hipoplasia nasal, displasia das epífises ósseas deformidades de membros e problemas respiratórios. Além disso, o uso de varfarina no segundo e terceiro trimestres tem sido associado eventualmente com anormalidades do sistema nervoso central (incluindo retardo mental, microcefalia, atrofia óptica e cegueira), entre outras. As anomalias do sistema nervoso central não parecem ter relação com o trimestre em que ocorreu exposição à varfarina(4).