Algumas orientações norteiam atualmente a utilização e reutilização de respiradores faciais N95/PFF2:
A reutilização é a prática de usar a mesma máscara N95 em diferentes momentos de atendimento, ocorrendo no processo de desparamentação. Apesar das recomendações e da prática de reutilização, existem restrições neste reuso que limitam para o número de 5 vezes ou até mais que esse procedimento pode ser realizado, sendo, portanto, uma reutilização limitada. Apesar dessas recomendações não há um consenso acerca de quantas vezes a máscara possa ser reutilizada, devendo – sempre prezar pela integridade da mesma, sendo fundamental que a instituição capacite os profissionais para o uso adequado e reforce as recomendações de higiene e as instruções da correta colocação e retirada para evitar a contaminação(2,3,4).
Quando o profissional atuar ou auxiliar procedimentos com risco de geração de aerossóis, tais como : intubação ou aspiração traqueal, ventilação não invasiva, ressuscitação cardiopulmonar, ventilação manual antes da intubação, coletas de secreções nasotraqueais, broncoscopias em pacientes suspeitos ou confirmados de infecção pelo novo coronavírus, deve utilizar a máscara de proteção respiratória com eficácia mínima na filtração de 95% de partículas de até 0,3μ (tipo N95, N99, N100, PFF2 ou PFF3(1,2).
Devido ao aumento da demanda causada pela emergência de saúde pública da COVID-19, as máscaras de proteção respiratória (N95/PFF2 ou equivalente) poderão, excepcionalmente, ser usadas por período maior ou por um número de vezes maior que o previsto pelo fabricante, desde que pelo mesmo profissional e que sejam seguidas, minimamente, as recomendações abaixo:
1- O profissional de saúde deve utilizar um protetor facial (face shield), ocorrendo a proteção da a máscara de contato com as gotículas expelidas pelo paciente(2).
2- O serviço de saúde deve definir um Protocolo para orientar os profissionais de saúde, em conjunto com a Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) e equipes das unidades assistenciais(2).
3- Os profissionais de saúde devem inspecionar visualmente a máscara N95/PFF2 ou equivalente, antes de cada uso, para avaliar se sua integridade foi comprometida.
4- Máscaras úmidas, sujas, rasgadas, amassadas ou com vincos, devem ser imediatamente descartadas(2).
5- Se não for possível realizar uma verificação bem-sucedida da vedação da máscara à face do usuário, a máscara deverá ser descartada imediatamente(2).
6- Ao realizar o teste de vedação com uma máscara individual já utilizada, é obrigatória a higienização das mãos antes de seguir a sequência de paramentação(4).
7- A reutilização deve ser feita sempre por um único usuário(2,3).
8- Profissionais devem evitar tocar o interior da máscara e, se isso ocorrer, a mesma deve ser descartada e as mãos higienizadas(2,3).
9- Profissionais devem utilizar luvas limpas ao vestir uma máscara N95 já utilizada e essas luvas devem ser descartadas na sequência(2,3).
10- Profissionais devem sempre higienizar as mãos com água e sabão ou com um desinfetante à base de álcool antes e depois de tocar e ajustar a máscara(2,3).
11- Embalar e guardar em área de armazenamento designadas pela instituição e condicionar em recipiente limpo e respirável, como saco de papel entre os usos e nunca colocar em saco plástico(2,3).
12- Nunca acondicionar no mesmo recipiente várias máscaras N95(2,3).
13- Rotular com o nome do usuário o recipiente de acondicionamento (saco de papel) e as tiras, para evitar uso acidental por outras pessoas(2,3).
14- Pode-se considerar o uso de N95 ou equivalente, além do prazo de validade designado pelo fabricante para atendimento emergencial a COVID-19 porém estas máscaras podem não cumprir os requisitos de certificação e degradar com maior facilidade(2,3).
As condições para descarte imediato consistem em(2,3):
1- Após utilização em procedimentos geradores de aerossóis (broncoscopia, intubação etc.);
2- Em contaminação com sangue, fluidos corporais, secreções respiratórias ou nasais.
3- Quando o profissional de saúde tiver contato com algum paciente infectado por outra doença que exija precauções de contato;
4- Quando o profissional da saúde tocar o interior da máscara com as mãos;
5- Em caso de dano da máscara;
No caso de o usuário apresentar dificuldade de respirar com a mesma.
1. Bergman MS, Viscusi DJ, Zhuang Z, Palmiero AJ, Powell JB, Shaffer RE. Impact of multiple consecutive donnings on filtering facepiece respirator fit. Am J Infect Control. 2012;40(4):375-380. doi:10.1016/j.ajic.2011.05.003. (Acesso em 12 de maio de 2021). Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/21864945/
2. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Nota Técnica No 04/2020 GVIMS / GGTES/ANVISA. Orientações para serviços de saúde: medidas de prevenção e controle que devem ser adotadas durante a assistência aos casos suspeitos ou confirmados de infecção pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2). Atualizada em 25/02/2021:118p. (Acesso em 12 de maio de 2021). Disponível em: https://www.gov.br/anvisa/pt-br/centraisdeconteudo/publicacoes/servicosdesaude/notas-tecnicas/nota-tecnica-gvims_ggtes_anvisa-04_2020-25-02-para-o-site.pdf
3. Center of Disease Controland Prevention (CDC). Strategies for Optimizing the Supply of N95 Respirators. Uodated Apr. 9, 2021. (Acesso em 12 de maio de 2021). Disponível em: https://www.cdc.gov/coronavirus/2019-ncov/hcp/respirators-strategy/crisis-alternate-strategies.html
4. World Health Organization. (2020). Infection prevention and control for the safe management of a dead body in the context of COVID-19: interim guidance, 24 March 2020. (Acesso em 12 de maio de 2021). Disponível em: https://apps.who.int/iris/handle/10665/331538