Quais são as medidas não farmacológicas indicadas para tratamento da doença do refluxo gastroesofágico (DRGE)?

| 13 novembro 2018 | ID: sofs-39983
Solicitante:
CIAP2:
DeCS/MeSH: ,

As medidas não farmacológicas recomendadas no tratamento da DRGE são:
– perda de peso em pacientes com IMC acima de 25 ou ganho de peso recente;
– evitar refeições 2 a 3 horas antes de deitar, especialmente com alimentos gordurosos;
– elevação da cabeceira da cama (15 cm) com “tacos” ou “blocos” (principalmente se sintomas noturnos).


Não se recomenda rotineiramente mudanças dietéticas. Entretanto, pode-se sugerir evitar alimentos específicos em pacientes que notarem desencadeamento dos sintomas de refluxo com esses alimentos, como por exemplo, comidas gordurosas ou apimentadas, chocolate, cafeína, refrigerantes e bebidas gaseificadas.
Outras medidas não demonstraram benefício clínico consistente na DRGE, embora tenham base fisiopatológica adequada, e não devem ser recomendadas rotineiramente:
– evitar o uso de tabaco e bebidas alcoólicas; promoção da salivação com gomas de mascar;
– evitar exercícios de levantamento de peso que possam aumentar a pressão intra-abdominal.
O manejo não farmacológico faz parte do tratamento da DRGE e essas medidas podem ser úteis também nos pacientes com sintomas leves e intermitentes. Deve-se evitar excesso de recomendações no manejo da DRGE, visado aumentar a adesão do paciente àquelas com eficácia comprovada e aumentar a confiança no tratamento.

Bibliografia Selecionada:

1. Duncan BB, Schmidt MI, Giugliani ERJ (Ed.). Medicina ambulatorial: condutas de atenção primária baseadas em evidências. 4. ed. Porto Alegre: Artmed, 2013.
2. Dynamedplus. Record n. 116914, Gastroesophageal reflux disease (GERD). [Internet]. Ipswich (MA): EBSCO Publishing, 2017 [atualizado em 21 mar. 2017]. Disponível em: http://www.dynamed.com/topics/dmp~AN~T116914/Gastroesophageal-reflux-disease-GERD
3. Feldman M, Friedman LS, Brandt LJ. Sleisenger and Fordtran’s gastrointestinal and liver disease: pathophysiology, diagnosis, management. 10th ed. Philadelphia: Saunders/Elsevier, 2016.
4. Kahrilas PJ, Shaheen NJ, Vaezi MF. American Gastroenterological Association Institute technical review on the management of gastroesophageal reflux disease. Gastroenterology. 2008;135(4):1392-1413. [acesso em 22 de jun de 2018]. Disponível em: https://www.gastrojournal.org/article/S0016-5085(08)01605-3/abstract
5. Kahrilas PJ. Medical management of gastroesophageal reflux disease in adults. Waltham (MA): UpToDate, Inc.; 2017. [acesso em 22 de jun de 2018]. Disponível em: https://www.uptodate.com/contents/medical-management-of-gastroesophageal-reflux-disease-in-adults
6. Katz PO, Gerson LB, Vela MF. Guidelines for the diagnosis and management of gastroesophageal reflux disease. Am J Gastroenterol 2013;108(3):308-328. [acesso em 22 de jun de 2018]. Disponível em: https://www.nature.com/articles/ajg2012444