Não está recomendada avaliação rotineira (rastreamento) de deficiência de vitamina D para pacientes adultos assintomáticos (gestantes ou não gestantes). No entanto, algumas populações de risco têm maior chance de apresentar deficiência e a dosagem pode ser recomendada:
– uso de medicamentos que influenciam no metabolismo mineral e funcionamento da vitamina D (anticonvulsivantes, glicocorticoides, antirretrovirais, antifúngicos sistêmicos);
– pessoas institucionalizadas ou internadas;
– pessoas com doenças associadas com desabsorção (doença celíaca, doença inflamatória intestinal);
– pessoas com pouca exposição ao sol;
– obesos;
– fototipo V e VI.
Essas indicações não estão relacionadas a pacientes com doenças ósseas como osteoporose, osteomalácia ou outras condições de redução de massa óssea. Recomenda-se tratamento para pacientes com níveis séricos de vitamina D < 20 ng/mL. A suplementação pode ser feita com diversos esquemas:
– 50.000 UI, 1 vez por semana por 8 semanas;
– 6.000 UI ao dia, por 8 semanas;
– 3.000 a 5.000 UI ao dia, por 6 a 12 semanas.
Pacientes com desabsorção, falhas prévias ou deficiência grave (< 10 ng/dL) podem necessitar de doses maiores. Alguns pontos são polêmicos nessas recomendações:
– O ponto de corte de 20 ng/dL é discutível e, alguns autores reforçam que para a maioria da população, níveis > 12,5 ng/mL seriam suficientes.
– Até o momento, nenhum estudo clínico mostrou benefício para desfechos não ósseos na reposição de vitamina D. Mesmo para desfechos ósseos, esse benefício é questionável.
– A decisão de dosagem e tratamento deve ser individualizada, pesando as preferências do paciente e as incertezas da literatura médica no momento atual.
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