Os hábitos deletérios à saúde bucal mais comuns na criança são a sucção do dedo ou chupeta, a onicofagia e a prática de morder objetos. A sucção da chupeta é o hábito oral sem finalidade nutritiva mais freqüente, utilizada por cerca de ¾ das crianças nos dois primeiros anos de vida, com grande redução a seguir.
Tal hábito pode determinar má-oclusão dentária de tipo e intensidade variáveis: depende da freqüência do hábito, do período de tempo e da força aplicada durante a sucção, além da resistência alveolar e do padrão dentofacial inerente à criança.
A maioria das alterações provocadas pela chupeta podem ser corrigidas espontaneamente, desde que o hábito seja interrompido por volta dos quatro anos de idade.
Corrêa et al. (2005) indicam, no caso de uso de chupetas, que elas sejam ortodônticas e sem argolas, para não serem penduradas na roupa das crianças; de preferência de silicone, para permitir fácil higienização, e que tenham tamanho adequado à boca da criança.
Recomendam que a remoção do uso da chupeta seja feita antes dos dois anos de idade. No entanto, é preciso observar o momento de vida da criança, pois em situações favoráveis é possível negociar o tempo e a freqüência diária do uso da chupeta. Sempre que houver capacidade de entendimento por parte da criança, deve-se explicar o motivo para a retirada do hábito.
A remoção não deve ser abrupta, pois se corre o risco da troca da chupeta pelo dedo. Além disso, deve-se orientar os pais sobre as possíveis dificuldades que enfrentarão nos primeiros dias após a remoção da chupeta.Orientar que este comportamento é esperado e que se extinguirá em pouco tempo e que se deve evitar dar outra chupeta em situações de estresse da criança.
Aliado a este fato, o uso de datas simbólicas como Páscoa e Natal também são ótimos momentos para explicar o motivo para a retirada do hábito de sucção não-nutritivo.