Como reduzir a ocorrência de alveolite?

| 21 agosto 2018 | ID: sofs-40575
Solicitante:
CIAP2:
DeCS/MeSH:

Para evitar a ocorrência de alveolite sugere-se que, durante a extração, evite-se o tensionamento de bordas, realize-se retração sem traumas (apenas no osso), além de irrigação abundante antes, durante e após o procedimento, e realize-se a remoção de detritos e/ou resquícios de ossos polidos. Quanto ao paciente, sugere-se dormir com cabeceira elevada e lado dolorido para cima, evitar o uso de tabaco e alimentar-se com dieta fria e alimentos macios nas primeiras horas.


Em uma revisão sistemática sugere-se que bochechar cloredixina ( 0,12% ou 0,2%) ou aplicar gel de clorexidina (0,2%) nos alvéolos de dentes extraídos, provém um benefício na prevenção da alveolite seca, haja vista que em dois dos artigos de qualidade moderada demonstraram que, quando comparado com placebo, a aplicação de gel de clorexidina (0,2%) após extrações preveniu aproximadamente 58% das alveolites secas, com um RR de 0,42 (IC 95% 0,21 a 0,87; P = 0.02).
Alveolite é uma infecção ou inflamação reversível do alvéolo, sendo esta parte dos ossos maxilares onde se aloja o dente; geralmente de início tardio – 2 a 4 dias após a extração. Geralmente manifesta-se entre 48 a 72 horas após a cirurgia, com uma sintomatologia de dor, halitose e periadenite cervical, além de mal-estar geral e febre em alguns pacientes a mucosa encontra-se edemaciada, hiperêmica e o alvéolo, com tecido ósseo exposto ou mesmo recoberto por um coágulo sanguíneo em fase avançada de desorganização.
A alveolite normalmente ocorre por quadros infecciosos, má higiene oral, baixa adesão por parte dos pacientes aos cuidados pós-operatórios, falhas na sutura e técnicas inadequadas no momento da extração dentária. Dentre os fatores de risco destaca-se pacientes acima de 55 anos, que aparentam ter uma taxa de complicação maior que pacientes jovens.
A alveolite representa um assunto de grande relevância, em razão de sua ocorrência, complicações e peculiaridades. Pode ser classificada em seca e úmida e são os tipos clinicamente mais comuns diagnosticadas na prática clínica diária.
A exodontia dos terceiros molares, apesar de ser uma cirurgia rotineira e, muitas vezes, praticada por cirurgiões-dentistas não especialistas, apresenta suas dificuldades, além das complicações da cirurgia propriamente dita que podem ser vistas no momento da remoção destes dentes. Neste contexto, a alveolite encontra-se entre as complicações mais comuns após as cirurgias de terceiros molares.

Atributos da APS:
Acesso – Agilizar o acesso a consulta odontológica é um importante atributo da atenção básica.
Integralidade – A integralidade do sistema encaminhando os casos que necessitem de tratamento especializado aos Centros de Especialidades Odontológicos –CEOs de cada região.
Longitudinalidade – O acompanhamento odontológico da comunidade assistida pela ESF faz parte do processo de promoção da saúde bucal das populações, principalmente orientando a correta higienização da cavidade bucal e da língua.

Bibliografia Selecionada:

1. Miclotte I, Agbaje JO, Spaey Y, Legrand P, Politis C. Incidence and treatment of complications in patients who had third molars or other teeth extracted. Br J Oral Maxillofac Surg. 2018 Jun;56(5):388-393. Disponível em: https://www.bjoms.com/article/S0266-4356(18)30043-3/fulltext
2. Prataap N, Sunil PM, Sudeep CB, Ninan VS, Tom A, Arjun MR. Platelet-rich Plasma and incidence of Alveolar Osteitis in High Risk Patient Undergoing Extractions of Mandibular Molars: A Case-control Study. J Pharm Bioallied Sci. 2017 Nov;9(Suppl 1):S173-S179. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC5731008/
3. Taberner-Vallverdú M, Sánchez-Gárces MÁ, Gay-Escoda C. Efficacy of different methods used for dry socket prevention and risk factor analysis: A systematic review. Med Oral Patol Oral Cir Bucal. 2017 Nov 1;22(6):e750-e758. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC5813994/
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