O diabetes Tipo 1 (DM1) é uma doença auto-imune caracterizada pela destruição das células beta do pâncreas, produtoras de insulina. Isso acontece por engano porque o organismo as identifica como corpos estranhos e produz anticorpos. Os anticorpos são proteínas geradas no organismo para destruir germes ou vírus.
Auto-anticorpos são anticorpos com “mau comportamento”, ou seja, eles atacam os próprios tecidos do corpo de uma pessoa. Nos casos de DM1, os auto-anticorpos podem atacar as células que a produzem. Esse tipo de ação é chamado de resposta auto-imune e também ocorre em outras doenças, como esclerose múltipla, Lúpus e doenças da tireoide.
O DM1 surge quando o organismo deixa de produzir insulina (ou produz apenas uma quantidade muito pequena). Quando isso acontece, é preciso tomar insulina para viver e se manter saudável. As pessoas precisam de várias injeções diárias de insulina para regularizar o metabolismo do açúcar, pois, sem insulina, a glicose não consegue chegar até as células, que precisam dela para realizar suas funções.
Não se sabe ao certo por que as pessoas desenvolvem o DM1. Sabe-se que há casos em que algumas pessoas nascem com genes que as predispõem à doença, mas outras têm os mesmos genes e não desenvolvem diabetes. É necessário algum desencadeante, que pode ser algo próprio do organismo, ou uma causa externa, como uma perda emocional ou uma infecção por determinados tipos de vírus.
No geral, é mais frequente em pessoas com menos de 35 anos, mas vale lembrar que ela pode surgir em qualquer idade.
Sabe-se que o diabetes do tipo 2 (DM2) a influência hereditária é maior do que no tipo 1. Além disso, há uma grande relação com a obesidade e o sedentarismo. Estima-se que 60% a 90% dos portadores da doença sejam obesos. Costuma surgir após os 40 anos, mas também pode ocorrer mais cedo.
No DM2, o pâncreas continua produzindo insulina, mas podem ocorrer dois problemas. O primeiro acontece quando a quantidade de insulina é insuficiente. O segundo problema está na incapacidade de as células reconhecerem a ação da insulina, impedindo a absorção da glicose. Essa dificuldade de reconhecimento é chamada de “resistência insulínica”.
O diabetes tipo 2 é cerca de 8 a 10 vezes mais comum que o tipo 1 e pode responder ao tratamento com dieta e exercício físico. Outras vezes vai necessitar de medicamentos orais e, por fim, a combinação destes com a insulina.
Está bem demonstrado hoje que indivíduos em alto risco podem prevenir, ou ao menos retardar, o aparecimento do DM2. Estudos demonstraram que mudanças de estilo de vida reduziram em 58% o aparecimento de diabetes em 3 anos.
Essas mudanças visavam discreta redução de peso (perda de 5-10% do peso), manutenção do peso perdido, aumento da ingestão de fibras, restrição moderada da quantidade de calorias e de gorduras, especialmente as saturadas, e aumento de atividade física regular.
Alguns medicamentos utilizados no tratamento do diabetes, como a metformina, também foram eficazes, reduzindo em 31% a incidência de diabetes em 3 anos. Esse efeito foi mais acentuado em pacientes com IMC > 35 kg/m2.