Para melhor resultado no tratamento de hipertensão arterial é fundamental a adoção de um hábito alimentar saudável, além da realização de atividades físicas, redução do consumo de bebidas alcoólicas e cessação do hábito de fumar. Sabe-se que uma alimentação saudável é aquela que é acessível e que valoriza variedades e preparações tradicionais, sendo harmônica em quantidade e qualidade, naturalmente colorida e segura. O Caderno de Atenção Básica N.º 37, que trata sobre Hipertensão Arterial, traz os dez passos para uma alimentação saudável para pessoas com HAS(1) que podem ser assim resumidos:
1 – Procure usar o mínimo de sal no preparo dos alimentos (1 colher de chá considerando todas as refeições);
2 – Para não exagerar no sal, evite deixar o saleiro na mesa;
3 – Leia sempre o rótulo dos alimentos, verificando a quantidade de sódio;
4 – Prefira temperos naturais (cebola, alho, cheiro verde, limão, orégano…) e evite temperos prontos (caldo de carne, caldo de galinha, sopa industrializada);
5 – Procure evitar alimentos industrializados, como embutidos, enlatados e carnes salgadas. Além de conter muito sódio, eles também têm alto teor de gorduras;
6 – Diminua o consumo de gorduras, preferindo alimentos cozidos, assados ou grelhados;
7 – Evitar o consumo excessivo de bebidas alcoólicas e o tabagismo;
8 – Consumir, pelo menos, três porções de frutas e hortaliças por dia;
9 – Procure fazer atividade física. A recomendação é, pelo menos, caminhada 3 vezes na semana, durante meia hora por dia;
10 – Manter o peso saudável.
A orientação para escolha de diferentes tipos de alimentos deve considerar a classificação abaixo, atribuídas pelo Guia alimentar para população brasileira(2):
– Alimentos in natura ou minimamente processados: obtidos diretamente de plantas ou de animais (como folhas e frutos ou ovos e leite) e adquiridos para consumo sem que tenham sofrido qualquer alteração após deixarem a natureza ou aqueles que, antes de sua aquisição, foram submetidos a processos mínimos (grãos secos, polidos e empacotados ou moídos na forma de farinhas, raízes e tubérculos lavados, cortes de carne resfriados ou congelados e leite pasteurizado). Prefira seu consumo (Classificação Verde).
– Alimentos processados: alimentos in natura ou minimamente processados que recebem sal, açúcar, vinagre ou óleo para, principalmente, ter uma maior validade (sardinha, atum, frutas em calda ou cristalizadas, queijos, conservas de legumes preservadas em salmoura ou solução de vinagre e sal). Recomenda-se utiliza-los, com cautela para esse grupo.Quando utilizados, eles devem ser inseridos no preparo de alimentos in natura ou minimamente processados (Classificação Amarelo)
– Alimentos ultraprocessados: formulações industriais à base de ingredientes extraídos ou derivados de alimentos (óleos, gorduras, açúcar, amido modificado) ou sintetizadas em laboratório (corantes, aromatizantes, realçadores de sabor, etc.). Evite-os (Classificação Vermelho)
Para orientar a identificação de alimentos ultraprocessados, sugira observar os ingredientes no rótulo: o número elevado de ingredientes (cinco ou mais) e a presença de nomes pouco conhecidos indicam que o produto é um ultraprocessado(2).
1. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Estratégias para o cuidado da pessoa com doença crônica: hipertensão arterial sistêmica. (Cadernos de Atenção Básica, n. 37). Brasília: Ministério da Saúde, 2014:130p. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/hipertensao_arterial_sistemica_cab37.pdf
2. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Guia alimentar para a população brasileira – versão resumida. Brasília : Ministério da Saúde, 2018:49p. Disponível em: http://189.28.128.100/dab/docs/portaldab/publicacoes/guiadebolso2018.pdf