O Ministério da Saúde preconiza quatro esquemas para tratar tuberculose (TB): Esquema Básico (Atenção Primária à Saúde – APS), Esquema para Meningoencefalite (inicia no hospital e depois vai para APS), Esquemas Especiais (Referência Secundária) e Esquema Especiais para mono/poli e multi resistência (Referência Terciária).
O esquema básico que dura 6 meses deve ser realizado pela APS por meio de quatro medicamentos fixos combinados em um comprimido (Rifampicina, Isoniazida, Pirazinamida e Etambutol) denominado de “4 em um” ou de RHZE por dois meses (1ª fase). A segunda fase dura quatro meses com o uso de dois fármacos, a Rifampicina e a Isoniazida (RH).
Para as crianças (abaixo de 10 anos) a recomendação do Esquema Básico é de três medicamentos Rifampicina, Isoniazida e Pirazinamida (RHZ). Em crianças menores de 5 anos que apresentem dificuldade para ingerir os comprimidos, recomenda-se o uso dos medicamentos em forma de xarope ou suspensão. Em todos os esquemas a medicação é de uso diário e deverá ser administrada preferencialmente em uma única tomada.
Outro aspecto importante ao acompanhar ou supervisionar um tratamento para TB é conhecer os efeitos colaterais que podem acontecer, tais como, enjoos, vômitos, indisposição. As pessoas devem ser informadas sobre a possibilidade destes efeitos e, nestes casos devem procurar logo o seu médico.
Os profissionais devem estar atendo para sugerir “dicas” que minimizem os efeitos colaterais e encorajar os pacientes para que não abandonem o tratamento. Ter urina avermelhada durante o tratamento é um efeito esperado e não tem nenhum problema. A cor das fezes também pode ficar alterada.
A associação medicamentosa adequada, as doses corretas e o uso por tempo suficiente são os princípios básicos para o tratamento, evitando a persistência bacteriana e o desenvolvimento de resistência aos fármacos e, assim, assegurando a cura do paciente. A esses princípios soma-se a realização do TDO como estratégia fundamental para o sucesso do tratamento.
Os agentes de saúde (ACS) por conhecerem o ambiente no qual a pessoa que está com TB vive podem ajudar a prever problemas que poderão ocorrer durante o tratamento, seja para realizar a intermediação entre a pessoa e a sua família para que o tratamento tenha sucesso, ou para definir a necessidade de realizar o TDO, ou ainda facilitar o estabelecimento de vínculo da pessoa com os profissionais responsáveis pelo acompanhamento e tratamento.
Ao receber o diagnóstico positivo para uma doença, é muito natural que a pessoa se assuste, fique insegura, chegando a achar que só acontece com ela, necessitando de uma “força”, de “uma palavra”. Nesta hora os profissionais de saúde precisam acolher os medos, escutar as dúvidas e orientar sobre o tratamento. A partir daí deve ser oferecido o acompanhamento e o TDO realizado preferencialmente pelo ACS ou outro profissional da unidade que tenha vínculo com a pessoa.
Algumas resistências ao TDO podem ocorrer e levar a pessoa a reagir ao tratamento supervisionado, tais como: de dependência; de tutelagem; de fiscalização; de não se sentir acreditado; do passado autoritário do sanitarismo, da ideia de “tirar o mal pela raiz e separar o doente da sociedade”. Enfim, pode sentir ameaçada a sua capacidade de cuidar de si ou de ser responsável pelos seus atos e com a sua própria vida. O tratamento dos bacilíferos é a atividade prioritária de controle da tuberculose, uma vez que permite interromper a cadeia de transmissão.