Quais os sintomas de depressão e como trabalhar com pessoas deprimidas?

| 21 agosto 2009 | ID: sofs-2529
Solicitante:
CIAP2:
DeCS/MeSH: ,
Graus da Evidência:

A depressão é uma doença muito comum, apresentando em geral uma evolução crônica, caracterizada por episódios recorrentes. É um importante problema de saúde pública. No Brasil, um estudo mostrou uma grande variação da prevalência anual, variando de 3% (em São Paulo e Brasília) até 10% (em Porto Alegre). Contudo, o número exato de pessoas com depressão é muito difícil de ser estimado, porque muitas pessoas não procuram atendimento ou não são efetivamente diagnosticadas. É mais frequente em mulheres, mas os homens têm maior probabilidade de cometer suicídio, em parte devido ao fato de que os homens são mais relutantes em procurar ajuda médica. Pode afetar pessoas de todas as idades (inclusive crianças) e aquelas que têm história familiar de depressão estão mais sujeitas a serem acometidas.
É muito diferente da sensação comum de sentir-se triste ou cansado por um período curto de tempo – sensação esta que todos experimentam em algum momento da vida. A pessoa que sofre de depressão é afetada de muitas maneiras diferentes, tanto no âmbito físico e mental, como no social. Dentre os principais sintomas podemos destacar: humor deprimido, perda de interesse, sensação de cansaço, diminuição da atenção e da concentração, autoestima e autoconfiança reduzidas, ideias de culpa e inutilidade, visão pessimista do futuro, sono perturbado e ideias de suicídio, entre outros. Um dos pontos mais importantes na identificação da pessoa que está com depressão consiste no fato de que os sintomas causam limitação das atividades do cotidiano, durando semanas à meses, não somente alguns dias.
O tratamento é muito amplo, envolvendo psicoterapia, grupos de apoio e uso de antidepressivos, entre outros.
A abordagem à pessoa com depressão é muito difícil, e dizer à pessoa deprimida que “vai passar”, que “não existe motivo para ficar tão triste”, que “a vida é boa” ou intervenções semelhantes não produzem bons resultados. O primeiro passo, definitivamente, é saber escutar o que a pessoa tem a dizer, valorizando suas queixas, sem fazer julgamentos.
O papel do Agente Comunitário de Saúde neste contexto é de extrema importância, principalmente no que diz respeito a identificar e estimular as pessoas que possam estar sofrendo de depressão a procurar ajuda da equipe de saúde.

 


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Bibliografia Selecionada:

  1. Almeida-Filho N, Mari Jde J, Coutinho E, França JF, Fernandes J, Andreoli SB, Busnello ED. Brazilian multicentric study of psychiatric morbidity. Methodological features and prevalence estimates. Br J Psychiatry. 1997Dec;171:524-9.
  2. Duncan BB, Schmidt MI, Giugliani ERJ. Medicina ambulatorial: condutas de atenção primária baseadas em evidências. 3a ed. Porto Alegre: Artmed; 2004.
  3. Depression [Internet]. NHS Choices. 2007 [updated 2007 Sept 10; cited 2009 Aug 21]. Disponível em: http://www.nhs.uk/conditions/Depression/Pages/Introduction.aspx