O Aleitamento Materno Exclusivo é definido pela Organização Mundial de saúde (OMS) como o recebimento pela criança de leite exclusivamente materno, direto da mama ou ordenhado, ou leite humano de outra fonte, sem outros líquidos ou sólidos, com exceção de gotas ou xaropes contendo vitaminas, sais de reidratação oral, suplementos minerais ou medicamentos. A OMS também recomenda que o Aleitamento Materno Exclusivo ocorra até o 6º mês de vida da criança, devido aos benefícios traz à saúde da criança, da mãe e a sociedade. O leite materno possui substâncias que nenhum outro alimento possui, como as células “vivas” – células de defesa que agem promovendo a maturação do sistema imunológico e do sistema digestivo do lactente, além de protegê-lo contra infecções.
Para que ocorra o sucesso da amamentação a gestante e sua rede de apoio familiar devem receber orientação durante o pré-natal sobre as diversas questões que envolvem o aleitamento materno (composição do leite; benefícios do Aleitamento Materno para a criança, para a mãe, para a família; e comportamento do bebê), é importante atentar para algumas questões:
1- Comportamento do bebê:
Cada bebê reage diferente diante dos estímulos externos. Estimular o afeto e observar o comportamento do bebê para interpretar as suas reações, especialmente em casos de choro, colabora bastante para que a mãe e a família estejam tranquilas para lidar e resolver a situação. O choro é um dos principais motivos de desistência da amamentação, e conhecer as situações que levam a criança a chorar, como fraldas com xixi e/ou fezes (irritam a pele da criança), fome, frio, calor, entre outros; bem como conhecer as reações da criança a cada situação ajuda no momento de decidir o que deve ser feito e evita interpretações equivocadas de que o bebê chora sempre devido à fome.Outra questão é o período de sono do bebê. Em geral, os bebês costumam manter o mesmo ritmo que possuíam dentro do útero. Portanto, quando são mais ativos no período noturno, permanecem por algum tempo na vida extra-uterina com esse ritmo, “trocando o dia pela noite”. Então, é preciso que os pais tenham tranquilidade para que o ritmo de sono da criança mude para noite.
2- Número de mamadas por dia:
O número de mamadas irá variar de acordo com cada criança, pois a mama deve ser ofertada sobre livre demanda, ou seja, em qualquer momento que a mãe perceber que a criança mostra sinais de fome poderá ser ofertada. Em geral, um bebê em aleitamento materno exclusivo mama de oito a 12 vezes ao dia.
3- Duração das mamadas:
O tempo de permanência na mama deve ser aquele suficiente para que ocorra o esvaziamento por completo da mama (pois este é um dos principais fatores de estimulação da produção do leite) que varia para cada binômio mãe/bebê e entre as mamadas de um mesmo binômio (a depender da fome do bebê, etc).
4- Uso de mamadeira e chupeta:
O Uso desses bicos artificiais deve ser evitado, pois se sabe que podem confundir a pega da criança na mama e atrapalhar a amamentação. O leite sai muito mais fácil pelo bico da mamadeira, e a criança não estimula corretamente o desenvolvimento dos ossos da cavidade oral, etc. Além disso, existe um maior risco de contrair infecções devido à contaminação e má higiene desses dispositivos.
5- Aspecto do leite:
O leite materno possui cores diferentes no decorrer da mamada e sua cor também sofre influência da alimentação da mulher. O leite do início da mamada (leite anterior) tem cor semelhante à agua de coco, pois possui alto teor de água, além de ser muito rico em anticorpos. Já o leite do meio da mamada tende a ter uma coloração branca opaca devido ao aumento da concentração de proteína (caseína). E o leite do final da mamada, leite posterior, é mais amarelado devido à presença de betacaroteno, pigmento lipossolúvel presente na cenoura, abóbora e vegetais de cor laranja, provenientes da dieta da mãe. O leite também pode ter aspecto azulado ou esverdeado quando a mãe ingere grande quantidade de vegetais verdes.
É importante lembrar também que o leite artificial e nenhum outro alimento possuem as células bioativas que protegem a criança contra infecções e estimulam o desenvolvimento dos seus sistemas imunológico e gastrointestinal.
6- Alimentação da mãe (lactante):
O ato de amamentar consome muitas calorias da nutriz, portanto, durante o período de amamentação, costuma haver um aumento do apetite e da sede da mulher. Por isso é importante que ela alimente-se adequadamente e algumas orientações devem ser fornecidas sobre uma alimentação apropriada:
– A dieta deve ser variada, incluindo pães e cereais, frutas, legumes, verduras e derivados do leite e carnes;
– Ingerir três ou mais porções de derivados do leite por dia;
– Consumir frutas e vegetais ricos em vitamina A (cenoura, jerimum, etc);
– Certificar-se de que a sede está sendo saciada;
– Consumir com moderação café e outros produtos cafeinados.
7- Retorno da mãe ao trabalho:
Orientar a mãe sobre a ordenha do leite, bem como sobre as formas adequadas de armazenamento do leite (Leite cru – não pasteurizado) pode ser conservado em geladeira por 12 horas e, no freezer ou congelador, por 15 dias);
Orientar a mãe e cuidadores para ofertar o leite à criança através do copinho ou colher;
Ordenhar a mama no trabalho, armazenando o leite adequamente para levá-lo para casa.