-Realizar anamnese detalhada colhendo informações, tais como: queixa principal? ; como, quando e onde começou? ; qual o tratamento já realizado? ; que medicamentos tomou? ; teve febre? ; frio?; enjôos, vômitos?; teve hemorragia?; apresenta ou existem casos na família de hipertensão, cardiopatias, diabetes, hepatite e artrite?; alguma outra doença?; já precisou de internação hospitalar?; já foi submetido a alguma cirurgia?; está sob alguma forma de tratamento?; que medicamentos usa?; é alérgico a algum tipo de medicamento?; já teve asma?; sentiu-se mal alguma vez durante procedimento médico ou odontológico?; já apresentou reação a anestésico local?; hemorragia após extração?; doenças na infância?; doenças na fase adulta? (1,2)
-Ter conhecimento prévio das principais desordens coronarianas (1);
-Firmar interação entre o cirurgião dentista e o médico do paciente em questão (1,3);
-Evitar sessões longas, dolorosas, estresse e liberação de adrenalina endógena (1,2,3);
-Avaliar os sinais vitais, antes e após os procedimentos, em todas as consultas, registrando-os no prontuário odontológico. Esta conduta, além de assegurar o sucesso, garante uma relação de confiança entre as partes (1,2,3);
-Utilizar, para minimizar o estresse, sedativos pré e trans-operatórios, anestesia local potente e analgesia pós-operatória quando necessário (1,2);
-Considerar, durante a escolha do anestésico local, o tipo de comprometimento cardiovascular do paciente. Anestésicos locais contendo a epinefrina e seus derivados como vasoconstritor devem ser utilizados em quantidade mínima — no máximo dois tubetes com concentração 1:100.000, realizando-se aspiração negativa para certificar-se de que não haja injeção intravascular (2);
-Evitar, em pacientes com arritmias cardíacas, anestésicos contendo vasoconstritores do grupo das aminas simpatomiméticas (por exemplo, epinefrina, norepinefrina e levonordefrina). Recomenda-se, nestes casos, assim como para pacientes com histórico de infarto do miocárdio, a aplicação de anestésicos com o vasoconstritor felipressina, ou o uso de mepivacaína 3% sem vasoconstritor em procedimentos de curta duração (2);
-Pacientes com prolapso da válvula mitral devem ser protegidos por profilaxia antibacteriana (3);
-O cirurgião dentista deve atualizar-se constantemente com as melhores evidências disponíveis na área (2);
-Motivar o paciente a manter hábitos de higiene bucal satisfatórios e realizar retornos periódicos para evitar a instalação de infecção (1,2);
-Adiar, em pacientes recentemente infartados, as consultas eletivas até que se completem seis meses após o incidente (1,2);
-Preparar-se para lidar com situações emergenciais quando atender pacientes cardiopatas(2). Desta forma, o cirurgião dentista deve conhecer o kit de emergência da Unidade Básica de Saúde e em caso de eventuais situações de natureza emergencial durante o atendimento odontológico desse grupo de pacientes deve-se acionar também a equipe médica e de enfermagem da Unidade.
1. Texeira CS, Pasternak Júnior B, Silva-Sousa YTC, Perez DEC. Tratamento odontológico em pacientes com comprometimento cardiovascular. RSBO. 2008;5(1):68-76. Disponível em: http://univille.edu.br/community/depto_odontologia/VirtualDisk.html/downloadDirect/184673
2. Campos CC, Frazão BB, Saddi GL, Morais LA, Ferreira MG, Setúbal PCO, Alcântara RT. Manual Prático para o Atendimento Odontológico de Pacientes com Necessidades Especiais. Universidade Federal de Goiás – Faculdade de Odontologia. 2ª edição. 2009:111p. Disponível em: https://odonto.ufg.br/up/133/o/Manual_corrigido-.pdf
3. Varellis MLZ. O Paciente com Necessidades Especiais na Odontologia: manual prático. 2ª ed. São Paulo: Santos. 2013: 188p.