Os levantamentos epidemiológicos são importantes para o conhecimento da prevalência e tipologia das doenças bucais, podendo-se a partir dos dados coletados, planejar, executar e avaliar ações de saúde.
É necessário, no entanto, que haja rigor metodológico que garanta reprodutibilidade, validade e confiabilidade, e que haja uniformidade de procedimentos para permitir comparações nacionais e internacionais O “Oral Health Surveys – basic methods”, configura-se em um manual que objetiva fornecer instruções para a realização de levantamentos epidemiológicos e tal publicação passou a servir de base a estudos realizados em diversos locais do Brasil e do mundo.
Os principais objetivos dos levantamentos epidemiológicos são: conhecer a prevalência e severidade da doença; conhecer as necessidades de tratamento associadas a ela; permitir a análise do comportamento da doença ao longo do tempo; documentar a distribuição da doença; permitir o planejamento em saúde pública; subsidiar, de maneira indireta, a avaliação dos serviços.
Existem duas formas básicas (entre tantas outras mais complexas) de se calcular a amostra a partir destes critérios (prevalência e variabilidade). Em ambos os casos, devem ser levados em consideração o nível de confiança, as frequências de ausência e presença da doença, a variabilidade e a margem de erro aceitável.
Os examinadores devem estar bem familiarizados com os critérios de diagnóstico utilizados, além de devidamente calibrados e treinados. A calibração tem por objetivo minimizar os erros e diferenças porventura existentes quanto à habilidade na obtenção dos dados e julgamento dos mesmos, reduzindo as variações intra e inter-examinadores.
Com a introdução do índice CPO-D, obtido através da contagem de dentes cariados perdidos e obturado, por Klein e Palmer em 1937, tornou-se disponível um indicador de avaliação das condições de cárie dentária em populações, usado até hoje, apesar das inúmeras modificações.
Atualmente, a estruturação de outros índices está sendo discutida na literatura. Para o cálculo, deve-se quantificar o número total de dentes permanentes cariados, perdidos e obturados e dividir pelo número de indivíduos examinados (geralmente aos 12 anos).
Além disso, deve-se planejar um estudo piloto, a fim de testar a metodologia a ser empregada. Deve-se também analisar as questões éticas e a divulgação dos resultados.