O soro fisiológico sempre deve estar aquecido entre 35 e 37°C. As soluções utilizadas devem ser, preferencialmente, aquecidas para evitar a redução da temperatura no leito da ferida. Uma temperatura constante de 37 graus estimula a mitose durante a granulação e epitelização. Alguns autores descrevem um aumento significativo na atividade mitótica em feridas cujo curativo mantinha a temperatura próxima da temperatura corporal.
Deve-se lavar o local irrigando soro fisiológico sobre a ferida, fazer somente um furo no frasco de soro com agulha 12×30. Estudos comprovaram que a utilização da técnica do “chuveirinho” retardava a cicatrização provocando uma limpeza agressiva na ferida, dificultando assim a reconstituição dos tecidos que cobrem o leito da ferida.
A técnica de curativos pode ocasionar trauma mecânico, provocado pela limpeza agressiva (atrito com gaze, jatos líquidos com excesso de pressão), coberturas secas aderidas ao leito da ferida e/ou inadequadas que interferem no processo da cicatrização retardando a cura.
No que tange aos agentes tópicos os estudos comprovam que vários produtos estudados apresentaram melhora na cicatrização das feridas, a seguir apresentamos alguns deles e seu Grau de Evidência. Para utilização destes produtos será necessária a avaliação do profissional, condições financeiras do paciente ou dos insumos que a unidade dispõe.
Estamos disponibilizando uma tabela de agentes tópicos o qual você ira avaliar e sugerir a paciente para aquisição caso a unidade não possua estes insumos.
A manipulação destes produtos muitas vezes torna-se mais viável ao paciente desde que o local onde forem manipulados apresente idoneidade.
Agente tópico | AGE/TCM | Alginato de Cálcio | Carvão ativado |
Grau de Evidência | B | B,C | D |
Mecanismo de ação | Mantém o leito da ferida úmida e aceleram o processo de granulação. | Alta capacidade de absorção | – |
Indicações | Lesões abertas não infectadas. | Feridas com exudação abundante com ou sem infecção. | Feridas fétidas infectadas ou com grande quantidade de exudato. |
Profilaxia de úlcera de pressão | Feridas cavitarias. | ||
Feridas sanguinolentas. | |||
Freqüência de troca | Em média 12h. | Mediante saturação do curativo em média com 24h. | Segundo a saturação em média 48h a 72h pode ser associado a outros produtos como AGE e Alginato de cálcio |
Agente tópico | Filme Transparente | Hidrocolóides | Soro Fisiológico |
Grau de Evidência | A, B | B | B |
Mecanismo de ação | Mantém o leito da ferida úmida e apresenta permeabilidade seletiva. É transparente e aderente a superfícies secas. | – | Favorece o processo de autólise do tecido desvitalizado e a formação do tecido de granulação |
Indicações | Cobertura de incisões cirúrgicas. | Feridas limpas com média e pequena quantidade de exsudato. | É indicado tanto para a limpeza da ferida como para o tratamento. |
Prevenção de úlceras de pressão. | Prevenção de úlceras de pressão. | ||
Fixação de cateteres vasculares. | Queimaduras de segundo grau. | ||
Coberturas de incisões, suturas cirúrgicas, e na fixação de tubos e drenos poderão ser utilizados hidrocolóides de espessura extrafina. | |||
Feridas cavitárias podem ser utilizadas hidrocolóides em forma de pasta ou grânulos. | |||
Frequência de troca | Em média a cada sete dias | Com a saturação do produto em média no quinto ou sexto dia. | Conforme a saturação do curativo e em média a cada 4 horas. |
Neste caso o hidrocoloide adquire uma coloração mais clara e consistência menos densa. |
Categoria da Evidência: Grau A, B, C e D
A – Estudos experimentais ou observacionais de melhor consistência
B – Estudos experimentais ou observacionais de menor consistência
C – Relatos de casos estudos não controlados
D – Opinião desprovida de avaliação crítica, baseada em consensos, estudos fisiológicos ou modelos animais