Além do uso de medicações para controle, os pacientes com rinite alérgica devem ser orientados quanto a medidas de controle ambiental, fundamentais na estabilização do quadro alérgico. Os Agentes Comunitários de Saúde são um elo importante neste sentido, pois ajudam a disseminar essas medidas na comunidade, mantendo a equipe informada sobre a evolução dos casos e auxiliando na terapêutica. (1-3):
O quarto de dormir deve ser preferencialmente bem ventilado e ensolarado.
Roupas, cobertores e colchas de cama devem ser lavados e secados ao sol antes do uso (Grau de recomendação D). Usar travesseiro e colchão de espuma, fibra ou látex, envoltos em capas impermeáveis aos ácaros. Recomenda-se limpar o estrado da cama duas vezes por mês.
Não fumar nem deixar que fumem dentro da casa e do automóvel.
Combater o mofo e a umidade, principalmente no quarto de dormir. Verificar periodicamente as áreas úmidas da casa, como banheiro (cortinas plásticas do chuveiro, embaixo das pias, etc).
Evitar o uso de vassouras, espanadores e aspiradores de pó comuns. Passar pano úmido diariamente na casa ou usar aspiradores de pó com filtros especiais (HEPA).
Evitar tapetes, carpetes, cortinas, almofadas, bichos de pelúcia, estantes de livros, revistas e caixas de papelão no quarto de dormir (D).
Dar preferência a pisos laváveis (cerâmica, vinil e madeira) e cortinas de material sintético que possam ser limpos com pano úmido (D).
Evitar o contato é a melhor maneira de manejar o controle de quadros comprovadamente desencadeados por alérgenos de animais (D) e por irritantes como fumaça de cigarro e formol (B).
Evitar animais de pelo e pena. De preferência, animais de estimação para crianças alérgicas são peixes e tartarugas.
Dar preferência às pastas e aos sabões em pó para limpeza de banheiro e cozinha. Evitar talcos, perfumes e desodorantes em forma de sprays (D).
Evitar inseticidas e produtos de limpeza com cheiro forte.
Evitar banhos muito quentes. A temperatura ideal da água é a temperatura corporal (D).
Sempre que a condição permitir, dar preferência à vida ao ar livre. Exercícios podem e devem ser praticados (D).
Complementação
A rinite é caracterizada pela presença de um ou mais dos seguintes sintomas: congestão nasal, coriza, espirros e prurido (coceira). Frequentemente, é acompanhada de sintomas que envolvem olhos, orelhas e garganta (1). É a doença respiratória crônica mais prevalente. Afeta a qualidade de vida dos pacientes, interferindo na alimentação e no sono. Em crianças, pode haver impacto no crescimento, no desenvolvimento neuropsicomotor e no aprendizado. As infecções respiratórias são frequentes em pacientes com rinite, sendo comuns as otites (inflamação do ouvido), as faringotonsilites (inflamação da garganta) e as rinossinusites (2). O manejo adequado da pessoa que busca ajuda por rinite normalmente requer o desenvolvimento de uma parceria entre médico e a equipe de saúde, paciente e familiares, procurando evitar os possíveis fatores ambientais desencadeantes, quando necessário, e fazendo uso dos medicamentos mais indicados para cada caso (C) (1).
A base do tratamento não medicamentoso consiste em medidas de controle ambiental. A maioria dos alérgenos são os ácaros da poeira domiciliar, fungos, polens e emanações de insetos (baratas), epitélio, urina e saliva de animais com pelo (gato e cachorro). Nos quadros de rinite não alérgica, boa parte dos irritantes consiste em fumaça de cigarro, produtos derivados do cloro e os que utilizam formol em sua composição (1,3).
ATRIBUTOS APS
Acesso: Realizar busca ativa de pessoas com sintomas sugestivos de rinite alérgica e/ou asma e que nunca foram avaliadas pela equipe. Longitudinalidade: O acompanhamento do paciente e sua família pela Unidade Básica de Saúde ao longo do tempo melhora a adesão ao tratamento, esclarece dúvidas e permite um controle adequado da doença
Bibliografia Selecionada:
GUSSO, Gustavo; CERATTI, José Mauro. Tratado de medicina da família e comunidade : princípios, formação e prática.Porto Alegre : Artmed, 2012.
DUNCAN, Bruce Bartholow et al. Medicina ambulatorial: condutas de atenção primária baseadas em evidências. 4. ed. Porto Alegre: Artmed, 2013.