Conforme o Manual do Pé Diabético, do Ministério da Saúde, algumas orientações devem ser feitas aos pacientes diabéticos diabetes com a finalidade de prevenir o desenvolvimento de pé diabético(1):
– Realizar a inspeção diária dos pés (seja pelo próprio paciente ou com a ajuda de um familiar ou um cuidador orientado), incluindo as áreas entre os dedos. Caso tenha algum ferimento ou rachadura procurar o serviço de saúde com urgência;
– Caso não tenha alguém para olhar e avaliar se tem algum ferimento ou alteração nos pés, utilize um espelho e faça você mesmo;
– Realizar a higiene regular dos pés, seguida da secagem cuidadosa deles, principalmente entre os dedos;
– Cuidado com a temperatura da água, que deve estar sempre inferior a 37°C, para evitar o risco de queimadura;
– Evitar andar descalço, seja em ambientes fechados ou ao ar livre;
– Usar, sempre que possível, meias com costura de dentro para fora ou, de preferência, sem costura. – Procurar trocar as meias diariamente;
– Nunca usar meias apertadas e evitar usar meias altas acima do joelho;
– Olhar e palpar diariamente a parte interna dos calçados, a procura de objetos que possam machucar seus pés;
– Usar calçados confortáveis e de tamanho apropriado, evitando o uso de sapatos apertados ou com reentrâncias e costuras irregulares. Qualquer ferimento provocado pelo calçado pode ser a porta de entrada de bactérias e causar danos maiores;
– Evitar sapatos apertados, duros, de plástico, de couro sintético, com ponta fina, saltos muito altos e sandálias que deixam os pés desprotegidos. Além disso, recomenda-se a não utilização de calçados novos, por mais de uma hora por dia, até que estejam macios;
– Usar cremes ou óleos hidratantes para pele seca, porém, evitar usá-los entre os dedos. Não precisa ser um hidratante especifico ou caro, o importante é que faça o uso do produto;
– Cortar as unhas em linha reta, evitar cutucar as unhas com objetos cortantes. Diante de um quadro de unha encravada, deve-se encaminhar o indivíduo para consulta com o médico da equipe, para avaliação da necessidade de cantoplastia (remoção do canto lateral da unha em casos de unha encravada);
– Não utilizar agentes químicos, receitas caseiras ou emplastros para remover calos;
– Calos e calosidades devem ser avaliados e tratados pela equipe de saúde;
– Realizar a reavaliação dos pés com a equipe de saúde pelo menos uma vez ao ano (ou mais vezes, se for solicitado);
– Procurar imediatamente a Unidade de Saúde se uma bolha, corte, arranhão ou ferida aparecer;
– Em caso de dúvidas, procurar sempre a equipe de saúde.
A maioria das lesões (pé diabético) podem ser evitadas com orientações aos pacientes. Importante “supervisionar” nas visitas se o paciente está realizando os cuidados.
O pé diabético é uma série de alterações que podem ocorrer nos pés de pessoas com diabetes não controlado. Infecções ou problemas na circulação dos membros inferiores estão entre as complicações mais comuns, provocando o surgimento de feridas que não cicatrizam e infecções nos pés. Se não for tratado, o pé diabético pode levar à amputação(1).
Algumas condições de pele são frequentemente encontradas durante a avaliação do pé diabético, podendo resultar no surgimento de feridas e outras complicações. As principais são(1):
– Xerodermia (pele seca): a xerodermia (pele seca) é frequentemente encontrada em pacientes com diabetes devido à neuropatia e, por comprometer a elasticidade natural da pele, predispõe os pés às rachaduras e ulcerações.
– Calosidades: as calosidades são mais comuns em áreas de alta pressão na região plantar, decorrentes de deformidades nos pés.
– Alterações nas unhas: o corte inadequado das unhas pode resultar na ocorrência da unha encravada, com consequente trauma local e risco de infecção.
1. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Manual do pé diabético: estratégias para o cuidado da pessoa com doença crônica [Internet]. Brasília. 2016:64 p. Disponível em: http://189.28.128.100/dab/docs/portaldab/publicacoes/manual_do_pe_diabetico.pdf