Quais opções de insulinização do paciente com diabetes mellitus tipo 2?

| 22 julho 2014 | ID: sofs-6875
Solicitante:
CIAP2:
DeCS/MeSH: ,
Graus da Evidência:

Embora existam outras alternativas na insulinização, restringiremos nossa abordagem aos três tipos disponíveis nos sistema público de Belo Horizonte e com os quais os profissionais de saúde devem lidar no nível de atenção primária. Ressalta-se que todas as insulinas apresentam, em menor ou maior grau, como efeitos adversos o risco de hipoglicemia e ganho de peso. A observação das características descritas nestes quadros é importante para compreensão dos esquemas de insulinização.
Insulina de ação ultrarrápida (Humalog® (lispro), Novorapid® (aspar), Apidra®)

Início de ação 5 a 15 minutos
Pico 30 a 60 minutos
Duração 3 a 5 horas
Informações adicionais Podem ser injetadas imediatamente antes as refeições. Possuem farmacocinética em bolus similar ao mecanismo fisiológico de secreção de insulina. Tem aparência límpida.

Insulina de ação rápida (Insulina Regular – Humolin®R, Novolin®R)

Início de ação 30 minutos
Pico 2 a 3 horas
Duração 3 a 6 horas
Informações adicionais Devem ser injetadas de 30 a 45 minutos antesdas refeições. Tem aparência límpida

Insulina de ação intermerdiária (Insulina NPH – Humolin®NPH, Novolin®NPH)

Início de ação 2 a 4 horas
Pico 4 a 12 horas
Duração 12 a 18 horas
Informações adicionais Tem aspecto turvo

Quando a insulina é combinada com agentes orais, a NPH é preferível à Regular. O efeito basal da NPH melhora a glicemia noturna e de jejum (facilitando a ação dos  fármacos orais), enquanto o efeito de bolus da Regular diminui o pico pos-prandial da glicemia. Assim, a NPH é usada comumente antes dos pacientes se deitarem (“bedtime”) para suplementar a terapia hipoglicemiante oral. Essa insulina “bedtime” deve ser feita após às 21 horas,a fim de se evitar hipoglicemias durante a madrugada (que seria consequente ao pico de ação da NPH se injetada mais cedo).
Os novos agentes de rápida/ultrarrápida duração têm uma ligeira vantagem sobre a insulina regular no controle dos pacientes, com maior previsibilidade de ação, maior comodidade, menor risco de hipoglicemias pós-prandial tardias e menor ganho de peso. Contudo, são mais caras, pouco disponíveis e sem estudos a longo prazo na literatura¹.


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Bibliografia Selecionada:

  1. Wannmacher, Lenita. “Novas insulinas: qual a real vantagem?.” Uso Racional de Medicamentos: temas selecionados. 2005;2(8). Disponível em: http://api.ning.com/files/p5DfxSv2mkvxUDV6fbopuCwobVzzN29tH5vKhN5r0kVYodTitx0y2gZzmRW*DFgCHSymnoP7suoYflJgr*yM2BVoP4NVbOBA/novo_insulina.pdf Acesso em: 22 jul 2014.
  2. Raskin P, Guthrie RA, Leiter L, Riis A,Javanovic L. Use of insulin aspart, a fastactinginsulin analog, as the mealtimeinsulin in the management of patients withtype 1 diabetes. Diabetes Care 2000;23:583-8. Disponível em http://care.diabetesjournals.org/content/23/5/583.full.pdf
  3. Dewitt, Dawn E.; Hirsch, Irl B. Outpatient insulin therapy in type 1 and type 2 diabetes mellitus: scientific review. Jama. 2003;289(17):2254-64. Disponível em: http://jama.jamanetwork.com/article.aspx?articleid=196498 Acesso em: 22 jul 2014.