O formaldeído é um medicamento usado na prática odontológica desde o século XVIII. Ele foi um dos agentes medicamentosos mais usados na Odontologia, ao se tratar de terapêutica pulpar. Porém, apesar de apresentar alto índice de sucesso clínico e radiográfico, têm-se dado atenção especial para as propriedades tóxicas deste material. tricresol formalina e o formocresol são medicamentos à base de formaldeído, usados na prática endodôntica. Eles possuem a mesma composição química (formaldeído e cresol), porém apresentam, em suas formulações, concentrações diferentes de formalina: tricresol formalina em torno de 90% e formocresol, de 19 a 43%.
O tricresol formalina é usado como curativo de demora na câmara pulpar de dentes permanentes com necrose pulpar e lesão periapical. Este medicamento propicia a desinfecção do canal, dando condições para reparar as lesões periapicais. Ocorre também uma ação bactericida à distância, pela liberação de vapores do formaldeído O tricresol diminui as propriedades irritantes do formaldeído.
O formocresol é o medicamento mais comumente usado na terapia pulpar de dentes decíduos. Normalmente o formocresol é usado como medicação de escolha em pulpotomias, ou seja, o tratamento de dentes decíduos vitais com exposição pulpar por cárie. A ação bactericida do formocresol se dá junto aos microrganismos presentes nos canais radiculares.
Com base nas evidências científicas a respeito do formaldeído, sua ação e aplicações na Odontologia, pode-se concluir que os efeitos tóxicos locais e sistêmicos (mutagênicos/ carcinogênicos) colocam em dúvida sua viabilidade nos procedimentos odontológicos. Os antissépticos usados no interior do canal radicular, à base de formaldeído, como é o caso do tricresol formalina e do formocresol, são capazes de controlar a infecção de origem endodôntica, porém podem causar irritação ou destruição dos tecidos vivos. Por este motivo, havendo tamanha dificuldade de controlar a profundidade de ação do formaldeído, fica restrito seu uso na Odontologia.