A mamografia é a radiografia da mama que permite a detecção precoce do câncer. Por ser capaz de mostrar lesões em fase inicial, muito pequenas (de milímetros), é realizada em um aparelho de raio X apropriado chamado mamógrafo. Nele, a mama é comprimida de forma a fornecer melhores imagens e, portanto, possibilita um diagnóstico melhor. O desconforto provocado é discreto e suportável.
Estudos sobre a efetividade da mamografia sempre utilizam o exame clínico como exame adicional o que torna difícil distinguir a sensibilidade do método como estratégia isolada de rastreamento. A sensibilidade varia de 46% a 88% e depende de fatores como: tamanho e localização da lesão, densidade do tecido mamário (mulheres mais jovens apresentam mamas mais densas), qualidade dos recursos técnicos e habilidade de interpretação do radiologista. A especificidade varia entre 82%, e 99% e é igualmente dependente da qualidade do exame.
Os resultados de ensaios clínicos randomizados que comparam a mortalidade em mulheres convidadas para rastreamento mamográfico com mulheres não submetidas a nenhuma intervenção são favoráveis ao uso da mamografia como método de detecção precoce capaz de reduzir a mortalidade por câncer de mama. As conclusões de estudos de meta-análise demonstram que os benefícios do uso da mamografia referem-se, principalmente, a cerca de 30% de diminuição da mortalidade em mulheres acima dos 50 anos, após um período de sete a nove anos de implementação de ações organizadas de rastreamento.
Em 2004 o Ministério da Saúde (MS) publicou o Controle do Câncer de Mama: Documento de Consenso recomendando as seguintes ações para rastreamento de câncer de mama em mulheres assintomáticas:
- Exame clínico das mamas a partir dos 40 anos;
- Mamografia para mulheres entre 50 e 69 anos, com intervalo máximo de dois anos entre os exames;
- Exame clínico das mamas e mamografia anual, a partir dos 35 anos, para mulheres do grupo de risco.
Na literatura também existe a recomendação de realizar a mamografia para rastreamento (ou de rotina) nas mulheres assintomáticas a partir dos 40 anos associada ao auto-exame mensal e exame clínico anual. Embora, os benefícios destes últimos não estejam cientificamente comprovados.
Apesar de ser aparentemente conflitante, a recomendação do MS não invalida a recomendação da literatura para as mulheres que têm acesso ao exame. A indicação de mamografia para mulheres assintomáticas entre 50 e 69 anos está de acordo com a faixa etária adotada em programas de rastreamento de diversos países.
Existem outras situações em que a mamografia de rotina também deve ser realizada:
- Antes de iniciar terapia de reposição hormonal (TRH), com a finalidade de estabelecer o padrão mamário e detectar lesões não-palpáveis. Qualquer alteração deve ser esclarecida antes de começar a TRH. Na mulher em TRH, a mamografia também é realizada anualmente (não há necessidade de realizar mamografia semestral);
- No pré-operatório de cirurgia plástica, para rastrear qualquer alteração das mamas, principalmente em pacientes a partir da 5ª década ou em pacientes que ainda não tenham realizado o exame;
- No seguimento após mastectomia para estudo da mama contralateral e após cirurgia conservadora. Nesses casos a mamografia de seguimento deve ser realizada anualmente independente da faixa etária sendo de extrema importância o estudo comparativo entre os exames.