A transmissão vertical (mãe-bebê) é a forma mais comum de infecção por HIV em crianças. Cerca de um terço dos filhos de mães HIV positivo tornam-se infectados. Assim, é importante esclarecer as mães que dois terços não adquirem o vírus, e essa proporção pode ser ainda maior se alguns cuidados forem tomados. Além do tratamento adequado no pré-natal e no trabalho de parto, a mãe deve seguir algumas medidas após o nascimento.
Consultar frequentemente, usar regularmente a medicação e não amamentar são condutas importantes para que o binômio mãe-bebê permaneça com saúde.
O lactente exposto ao HIV deve ser acompanhado com consultas quinzenais nos dois primeiros meses de vida, mensais até os seis meses e trimestrais até 18 a 24 meses.
Ele deve fazer uso do AZT xarope diariamente do nascimento até as 6 primeiras semanas de vida e de sulfametoxazol + trimetoprim a partir de 4 a 6 semanas até 4 meses de idade. Deve realizar os exames solicitados pela equipe assistente, incluindo os que podem afastar a infecção.
Baixo ganho de peso e atraso do desenvolvimento neuropsicomotor podem ser sinais de infecção, mas a confirmação só ocorre com o exame de sangue. Caso a criança se torne HIV positivo, é importante oferecer apoio emocional e todas as informações necessárias, afastando fantasias que possam atrapalhar a adesão ao tratamento e reforçando atitudes positivas, criando uma relação de confiança mútua.
É importante salientar para os responsáveis que é uma doença crônica, que não tem cura, mas que há grande possibilidade de as crianças infectadas atingirem a adolescência, possibilidade remota até alguns anos atrás.
Como o aleitamento materno é contraindicado, o lactente deve receber outro leite. A fórmula infantil é a melhor alternativa, por possuir nutrientes mais semelhantes ao leite materno, mas seu custo muitas vezes limita sua aquisição. Em alguns municípios, o acesso à fórmula é garantido por programas governamentais.
Se opção for o leite de vaca, ele deve ser diluído para reduzir o excesso de proteínas. Nessas condições, há maior risco de desenvolver desnutrição e diarreia. Por isso, é importante monitorar o ganho de peso e orientar o uso de Sais de Reidratação Oral se necessário.
Outro aspecto importante são as vacinas especiais. Crianças expostas ao HIV podem fazer uso de vacinas diferentes para Pólio e tríplice bacteriana e de imunizações adicionais, conforme orientação da secretaria de saúde do município.