Quais as interações medicamentosas entre Prolopa® (levodopa + benserazida) e Fenitoína?

| 27 janeiro 2015 | ID: sofs-17124
Solicitante:
CIAP2:
DeCS/MeSH: , ,
Graus da Evidência:

A associação da Levodopa® (um dos componentes do medicamento Prolopa) e Fenitoina é considerada Risco C, com a indicação de monitorar a terapia devido as chances de aumento do risco de Síndrome neuroléptica maligna. A Prolopa® não interfere na ação da fenitoína, entretanto a fenitoina pode diminuir ou inibir o efeito terapêutico da Levodopa, tendo uma gravidade moderada(6). A conduta é monitorar a diminuição dos efeitos terapêuticos da Levodopa quando introduzida ou ajustadas doses da fenitoína ou aumento dos seus efeitos terapêuticos quando reduzidas ou retirada a fenitoína(6).
A levodopa é o medicamento de primeira escolha para o tratamento sintomático de parkinsonianos; melhora a deficiência motora (Grau A2)(1,2).
A fenitoína é uma droga antiepiléptica usada para reduzir a frequência de crises em pacientes com epilepsia (Grau A2)(3,4). A maioria dos pacientes em uso de medicação antiepilética podem apresentar necessidade de utilizar outras medicações ao longo dos anos. Dessa forma, o conhecimento das interações medicamentosas das drogas antiepilépticas é importante para a conduta ideal e adequada no tratamento das epilepsias e outras patologias associadas.


Interações medicamentosas clinicamente documentadas:

FENITOÍNA(5,6)
A feinitoina induz o metabolismo microssomal hepático de drogas, provendo alterações no metabolismo das seguintes medicações, quando usadas concomitantemente:
Corticosteróides: Níveis séricos diminuídos de corticosteróides.
Doxiciclina:  Níveis séricos diminuídos de doxiciclina.
Metadona: Níveis séricos diminuídos de metadona; sintomas de abstinência.
Mexiletina:  Níveis séricos diminuídos de mexiletina.
Quinidina:  Níveis séricos diminuídos de quinidina.
Teofilina:  Níveis séricos diminuídos de teofilina.
Verapamil:  Aumento do metabolismo do verapamil; efeito reduzido do verapamil

LEVODOPA(6)
A levodopa é degradada no intestino antes de alcançar os locais de absorção. Os agentes que alteram a motilidade gastrintestinal podem afetar o grau de degradação intraluminal.
O efeito antiparkinsoniano da levodopa está sujeito à inibição por outras drogas.
Clonidina:  Inibe o efeito antiparkinsoniano.
Fenitoína:  Inibe o efeito antiparkinsoniano,
Fenotiazínicos:  Inibem o efeito antiparkinsoniano.
Inibidores da monoaminooxidase:  Reação hipertensiva (a carbidopa evita a interação).
Papaverina:  Inibe o efeito antiparkinsoniano.
Piridoxina:  Inibe o efeito antiparkinsoniano (a carbidopa impede a interação).

SOF Relacionadas:

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Bibliografia Selecionada:

  1. Shobha S et al. Parkinson’s disease: diagnosis and treatment. Am Fam Physician; 2006 15;74(12):2046-2054.Disponível em: http://www.aafp.org/afp/2006/1215/p2046.html Acesso em: 29 jan 2015.
  2. Brasil. Ministério da Saúde. Portaria no. 228, de 10 de maio de 2010. Protocolo Clínico e diretrizes terapêuticas – Doença de Parkinson. Disponível em: http://www.saudeidoso.icict.fiocruz.br/pdf/ProtocoloClinicodoencadeParkinson.pdf Acesso em: 29 jan 2015.
  3. Brasil. Ministério da Saúde. Portaria no.1319, de 25 de novembro de 2013. Protocolo Clínico e diretrizes terapêuticas da epilepsia. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/sas/2013/prt1319_25_11_2013.html Acesso em: 29 jan 2015.
  4. Beyenburg S; Knut S; Schmidt, D. Placebo-corrected efficacy of modern antiepileptic drugs for refractory epilepsy: systematic review and meta-analysis. Epilepsia, 51(1):7–26, 2010. Disponível em: http://web.a.ebscohost.com/dynamed/DisplayEPFT?db=aph&AN=47051190&ftt=p&site=ehost-live&direct=true&linktitle=Phenytoin&currentchunkiid=233047&sid=241bf20a-acb3-4f3a-9452-3350f2ee26ad@sessionmgr4002&vid=23 Acesso em: 29 jan 2015.
  5. Johannessen SI, Landmark, CJ. Antiepileptic Drug Interactions: Principles and Clinical Implications. Curr Neuropharmacol. 2010; 8(3): 254–267. Disponível em: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3001218/ Acesso em: 29 jan 2015.
  6. Bachmann KA, Interações medicamentosas, 2 ed. São Paulo: Manole, 2006.