São várias as causas de disfagia, mas as mais relevantes estão associadas a problemas do esofago e quanto ao manejo, sempre tentar identificar e tratar causa(s) subjacente(s).(¹)
A disfagia esofágica pode ser mecânica, (devido ao estreitamento anatômico do lúmen esofágico) ou funcional, (devido a função motora desordenada no esôfago). As medidas não específicas recomendadas para todos os pacientes afetados por disfagia incluem:(¹)
►Mastigar corretamente os alimentos;
►Manter postura ereta enquanto come;
►Evitar refeições apressadas.
Com relação ao tratamento medicamentoso, a domperidona e a metoclopramida, são um procinético, e age como antagonista do receptor da dopamina D2. Dentro do trato gastrointestinal, a ativação dos receptores de dopamina inibe a estimulação do músculo liso colinérgico; Acredita-se que o bloqueio desse efeito seja o principal mecanismo de ação desses agentes. Eles aumentam a amplitude peristáltica do esôfago, aumentam a pressão do esfíncter esofágico inferior e aumentam o esvaziamento gástrico, mas não têm efeito sobre o movimento do intestino delgado ou do cólon. A domperidona também bloqueia os receptores D2 da dopamina na zona de gatilho quimiorreceptora da medula (área postrema), resultando em potente ação anti náusea e antiemética,(¹) e possui efeitos centrais quando comparada com a metoclopramida.(2)
Acrescentamos que a domperidona é disponível nos EUA como novo medicamento de investigação pela Food and Drug Administration (FDA), receitada mediante protocolo específico, portanto não é liberada para prescrição livre como no Brasil.(1,3,4)
A posologia adequada seria de 10 mg 20 a 30 minutos antes das refeições, três vezes ao dia. Apesar de não ter evidências consistentes, aparentemente a Domperidona é bem tolerada em uso prolongado, mas recomenda-se usar a dose efetiva mais baixa pelo menor tempo necessário, até se identificar a causa da disfagia.(²)
Atributos da APS:
Integralidade do cuidado: Nem sempre a primeira escolha medicamentosa é a melhor escolha para uma determinada pessoa. Por isso o conceito de clínica centrada na pessoa deve ser incorporado à prática das equipes de APS.
Sugerimos ainda a leitura do artigo de alerta sobre uso de domperidona emitido em 01 de setembro de 2014 pela European Medicine Agency. Disponivel em português em: http://www.ema.europa.eu/docs/pt_PT/document_library/Referrals_document/Domperidone_31/European_Commission_final_decision/WC500172573.pdf
SOF Relacionada:
Telessaude Rio Grande do Sul. BVS APS. Segunda opinião formativa – SOF n. 5300 [internet]. 17 mai 2011. Acesso em 12 set 2017. Disponível em: http://aps.bvs.br/aps/quais-as-indicacoes-de-endoscopia-digestiva-alta-em-pacientes-com-sintomas-dispepticos/
1. DynaMed [Internet]. Ipswich (MA): EBSCO Information Services. 1995 – Registo No. 906517, dysphagia ; [atualizado 2017 mar 21, citado em 2018 Jan 17]. Disponível em: http://psbe.ufrn.br/index.php
2.Magalhães P V S, Bastos TR, Appolinário JCB, Bacaltchuk J, Mota Neto JIS. Revisão sistemática e metanálise do uso de procinéticos no refluxo gastroesofágico e na doença do refluxo gastroesofágico em Pediatria. Rev. paul. pediatr. [Internet]. 2009 Sep; 27( 3 ): 236-242. Available from: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-05822009000300002&lng=en.
3. McQuaid KR. Drugs Used in the Treatment of Gastrointestinal Diseases. In: Katzung BG, Trevor AJ. eds. Basic & Clinical Pharmacology 12e [internet], New York, NY: McGraw-Hill; 2015. Disponível em: http://file.zums.ac.ir/ebook/188-Basic%20and%20Clinical%20Pharmacology%2012th%20Edition=Bertram%20Katzung%20Susan%20Masters%20Anthony%20Trevor=007.pdf
4.Fass R. Approach to the evaluation of dysphagia in adults [internet]. Revisão de literatura: Dez 2017; Disponível em: https://www.uptodate.com/contents/approach-to-the-evaluation-of-dysphagia-in-adults?search=dysphagia&source=search_result&selectedTitle=1~150&usage_type=default&display_rank=1