Para o surgimento da Hipertensão Arterial Sistêmica(HAS), destacam-se como fatores de riscos de acordo com as Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial – 2020, a genética, idade avançada, sexo, etnia, sobrepeso e/ou obesidade, ingestão elevada de sódio, sedentarismo, ingestão de álcool excessiva, além de fatores socioeconômicos, incluindo menor escolaridade, condições de habitação inadequadas e baixa renda familiar(1).
A HAS inclui fatores de risco: idade, sexo/gênero e etnia, fatores socioeconômicos, ingestão de sal, excesso de peso e obesidade, ingestão de álcool, genética e sedentarismo. Além desses, outros autores acrescentam ainda o estresse, tabagismo e a não adesão ao tratamento(2). A HAS é uma doença multifatorial que pode acarretar graves consequências para o indivíduo, sendo considerada como a causa mais frequente de morbimortalidade nos idosos, pois com o envelhecimento, a pressão arterial sistólica (PAS) torna-se um problema mais significante, resultado do enrijecimento progressivo e da perda de elasticidade das grandes artérias(3). Em termo de gênero, as mulheres apresentam maior prevalência de diagnóstico de HAS em relação aos homens(4).
As diferenças socioeconômicas têm um papel importante na vida das pessoas podendo determinar as condições de saúde, visto que aqueles com melhores condições têm maior acesso a informações, melhor entendimento da condição clínica e maior aderência ao tratamento. Logo se mostra taxas mais altas de doenças cardiovasculares em grupos com nível sócio econômico mais baixo(5). A baixa escolaridade está associada às maiores taxas de doenças crônicas não transmissíveis, em especial a hipertensão arterial(6).
O declínio do nível de atividade física, aliado à adoção de modos de se alimentar pouco saudáveis, com a adesão a um padrão de dieta rica em alimentos com alta densidade energética e baixa concentração de nutrientes, o aumento do consumo de alimentos ultra-processados e o consumo excessivo de nutrientes como sódio, gorduras e açúcar têm relação direta com o aumento da hipertensão(7).
Apesar de ter aumentado o consumo de álcool entre a população feminina, o uso de bebida alcoólica permanece maior entre os homens, que trabalham e possuem uma rotina árdua, uma vez que relacionam seu consumo a uma forma de reduzir o estresse e socializar com os colegas de trabalho, aumentando o risco de desenvolver HAS(8). Como a HAS é uma doença multifatorial faz-se necessária a abordagem por equipe multiprofissional que compõe as equipes da Atenção Primária à Saúde através de intervenções individuais e atividades coletivas na comunidade, com palestras, entrega de medicação anti-hipertensiva, controle de níveis da pressão arterial e peso, como uma forma de ajudar no tratamento e principalmente no controle de doença.
1. Barroso WKS, Rodrigues CIS, Bortolotto LA, Mota-Gomes MA, Brandão AA, Feitosa ADM, et al. Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial – 2020. Arq Bras Cardiol. 2021 ;116(3):516-658. Disponível em: https://www.scielo.br/j/abc/a/Z6m5gGNQCvrW3WLV7csqbqh/?format=pdf&lang=pt
2. Machado MC, Pires CGS, Lobão WM. Concepções dos hipertensos sobre os fatores de risco para a doença. Cien Saude Colet. [online]. 2012;17(5):1365-1374. Disponível em: https://www.scielosp.org/pdf/csc/2012.v17n5/1357-1363/pt
3. Vieira CPB, Nascimento JJ, Barros SS, Luz MHBA, Valle ARMC. Prevalência referida, fatores de risco e controle da hipertensão arterial em idosos. Cienc Cuid Saude.[Internet]. 2016;15(3):413-420, Disponível em: http://www.revenf.bvs.br/pdf/ccs/v15n3/1677-3861-ccs-15-03-0413.pdf
4. Malta DC, Gonçalves RPF, Machado ÍE, Freitas MIF, Azeredo C, Szwarcwald CL. Prevalência da hipertensão arterial segundo diferentes critérios diagnósticos, Pesquisa Nacional de Saúde. Rev Bras epidemiol 2018;21(supl 1):e180021. Disponível em: https://www.scielosp.org/article/rbepid/2018.v21suppl1/e180021/
5. Cipullo JP, Martin JFVM, Ciorlia AS, Godoy MRP, et al. Prevalência e fatores de risco para hipertensão em uma população urbana brasileira. Arq.bras. cardiol. 2010;94(4):519-526.Disponível em: https://www.scielo.br/j/abc/a/fdXDkDXKC47hPJGBK3P9J4y/?lang=pt
6. Nascente FMN, Jardim PCBV, Peixoto MRG, Monego ET, et al. Hipertensão arterial e sua correlação com alguns fatores de risco em cidade brasileira de pequeno porte. Arq. bras. cardiol. 2010;95(4):502-509. Disponível em: https://www.scielo.br/j/abc/a/PWCyNjqxc93YrNTsb9Dbprh/?lang=pt
7. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Política Nacional de Alimentação e Nutrição.1. ed., 1. Reimpr.. – Brasília – DF. 2013:84p. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/politica_nacional_alimentacao_nutricao.pdf
8. Cardoso FN,Domingues TAM, Silva SS, Lopes JL. Fatores de risco cardiovascular modificáveis em pacientes com hipertensão arterial sistêmica. REME – Rev Min Enferm. 2020;24:e.1275. Disponível em: http://www.revenf.bvs.br/pdf/reme/v24/1415-2762-reme-24-e1275.pdf