O acesso ao cuidado médico e odontológico ao portador de sífilis deve ser garantido em toda e qualquer fase de seu tratamento, visando acompanhar seu estado de saúde geral e promover os cuidados necessários ao seu bem-estar.
Os pacientes apresentando lesões orais de sífilis devem ser tratados dando prioridade às lesões dos tecidos da mucosa oral, deixando o tratamento ambulatorial de rotina para um segundo tempo, a não ser que o mesmo apresente sintomatologia de dor odontogênica1.
É imprescindível o uso dos Equipamentos de Proteção Individual (EPI), bem como a execução de todos os procedimentos de biossegurança, a fim de, não apenas evitar a contaminação cruzada entre os pacientes, mas, também, a contaminação do próprio profissional de saúde2.
Complementação
A sífilis é classificada de acordo com características clínicas, imunológicas e histopatológicas em três fases (primária, secundária e terciária) e apresenta diferentes sintomatologias e manifestações clínicas, inclusive manifestações bucais3.
Os cancros orais, geralmente uma lesão ulcerada e indolor, são observados em cerca de 4% a 12% dos pacientes com sífilis primária e ocorrem no local de penetração do organismo na mucosa. Os locais mais comuns são língua, gengiva, palato mole e lábios4.
As lesões orais mais bem reconhecidas e características da sífilis secundária são as placas mucosas, caracterizadas como placas branco-acinzentadas múltiplas, podendo ocorrer em qualquer superfície mucosa, desde a língua e gengivas até a orofaringe e região das fauces5.
A sífilis terciária se manifesta na cavidade oral como goma localizada, principalmente, no palato duro. A característica dessa lesão é a formação de granulomas destrutivos não infectantes, indolores, aparecendo como lesão endurecida, nodular ou ulcerada6.
Atributos da APS
Ao paciente portador de sífilis deve ser garantido o acesso e o acompanhamento na Unidade de Saúde pela equipe multidisciplinar. Caso seja necessário, o paciente deve ser encaminhado a outros especialistas. A longitudinalidade é essencial para acompanhamento da evolução do paciente, principalmente gestantes com sífilis, fazendo com que elas façam o tratamento completo, serão evitados casos de sífilis congênita e todas as suas complicações. Como elementos fundamentais no enfrentamento da transmissão vertical, as ações de diagnóstico e prevenção precisam ser reforçadas especialmente no pré-natal e parto; porém idealmente essas ações seriam mais efetivas se realizadas com a população em geral, ainda antes de a gravidez ocorrer.
SOF relacionada
Quais os cuidados para o tratamento odontológico de pacientes com sífilis?