De forma geral, os usuários soropositivos podem receber todas as vacinas do calendário nacional, desde que não apresentem deficiência imunológica importante. Maior imunodepressão está associado a maior risco relacionado a vacinas de agentes vivos. O soropositivo deverá ser avaliado por um médico antes de tomar qualquer vacina: se imunocompetente e anti-HBs negativo, não apenas pode como deve ser vacinado. Recomenda-se adiar a vacinação em pacientes sintomáticos ou com imunodeficiência avançada (CD4 < 200 cel/mm³).(1,2)
A vacinação de hepatite B está prevista no calendário infantil e todo recém-nascido deve tomar a primeira dose nas primeiras 12h de vida. Diante de alguma impossibilidade, pode ser realizada até 30 dias de vida. Para as crianças e adolescentes infectados com HIV recomenda-se quatro doses da vacina hepatite B com intervalos de 1 mês após a primeira dose, 2 meses após a segunda dose e 4 meses após a terceira dose (0 – 1 – 2 – 6 meses), com o dobro do volume recomendado para a faixa etária. Recomenda-se a realização de sorologia 30 a 60 dias após o término do esquema. Considera-se imunizado se Anti HBs = ou >10 mUI/mL. Se Anti HBs for menor que 10mUI/m, considerar fazer uma dose de reforço. A vacinação é feita na Unidade Básica de Saúde (UBS) ou Centro de Referência para Imunobiológicos Especiais (CRIE)(1-3).
Para os adultos e idosos vivendo com HIV, a vacinação de hepatite B deve ser em quatro doses (0 – 1 – 2 – 6 meses), com o dobro do volume recomendado. Recomenda-se a realização de sorologia 30 a 60 dias após o término do esquema, considerando imunizado o valor da Anti HBs igual ou maior que 10 mUI/mL. Se Anti HBs for menor que 10mUI/m, considerar fazer uma dose de reforço. As gestantes com HIV devem iniciar ou completar o esquema para adultos, conforme registro vacinal, em qualquer idade gestacional(1-3).
Em vigência de imunossupressão grave (contagem de LT CD4+ em células por mm menor que 200), as vacinas vivas atenuadas estão contraindicadas: BCG, rotavírus, pólio oral (VOP), febre amarela, SCR, varicela, SCR-V, herpes zoster e dengue. A VOP deve ser substituída pela vacina polio inativada (VIP). Para pacientes moderadamente imuno comprometido (contagem de LT CD4+ em células por mm entre 200 e 350), avaliar parâmetros clínicos e risco epidemiológico para tomada de decisão para a recomendação das vacinas febre amarela, SCR, varicela e herpes zoster(1-3).
1. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção Primária à Saúde. [internet]. Linhas de Cuidado. Hepatites Virais (B e C) no adulto. Diagrama de Navegação: Unidade de Atenção Primária. Prevenção Combinada [acesso em 27 jan 2022]. Disponível em: https://linhasdecuidado.saude.gov.br/portal/hepatites-virais/unidade-de-atencao-primaria/prevencao-combinada/
2. Brasil. Ministério da Saúde [internet]. Secretaria de ciência, tecnologia, inovação e insumos estratégicos em saúde. Departamento de gestão e incorporação de tecnologias e inovação em saúde. Coordenação-geral de gestão de tecnologias em saúde. Coordenação de gestão de protocolos clínicos e diretrizes terapêuticas. Relatório de Recomendação PCDT nº 568: Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Prevenção da Transmissão Vertical do HIV, Sífilis e Hepatites Virais. [acesso em 27 jan 2022]. Brasília; DF: outubro/2020:224p. Disponível em: http://www.aids.gov.br/pt-br/pub/2021/relatorio-de-recomendacao-pcdt-no-568-prevencao-da-transmissao-vertical-do-hiv-sifilis-e
3. SBIM – Sociedade Brasileira de Imunizações [internet]. Calendários de vacinação pacientes especiais – 2021-2022. [acesso em 27 jan 2022]:36p. Disponível em: https://sbim.org.br/images/calendarios/calend-sbim-pacientes-especiais.pdf