Paciente com tromboflebite pode fazer atividade física, musculação e academia?

| 10 maio 2022 | ID: sofs-44988
Solicitante:
CIAP2:
DeCS/MeSH: ,

Evitar exercícios extremos como academia é recomendado a fim de evitar algum tipo de dano às veias superficiais afetadas. O quadro clínico é típico e consiste em dor, edema, eritema, hipersensibilidade e endurecimento da veia afetada. O processo em geral segue um curso benigno e autolimitado com remissão completa(1-4). Durante o tratamento da tromboflebite, os pacientes são encorajados a evitar a imobilidade, ficar ativo para manter a circulação do sangue e continuar suas atividades diárias normais, incluindo o caminhar normal.



O tratamento da tromboflebite depende da etiologia, extensão e sintomas. A ultrassonografia doppler fornece uma avaliação precisa da extensão da doença e, portanto, permite a administração de um tratamento específico.  O envolvimento das veias colaterais ou tributárias ou junções safeno-poplítea ou safeno-femoral aumenta de risco de complicações tromboembólicas envolve o uso de anticoagulante.  Na ausência de risco de trombose venosa profunda, os objetivos do tratamento consistem em: a) aliviar sintomas (reduzir a inflamação das veias envolvidas e tecidos vizinhos); b) prevenir extensão e evitar recorrência da trombose em trombose venosa profunda; e c) prevenir complicações tromboembólicas. O uso de analgésicos e anti-inflamatórios locais ou sistêmicos não esteroides, compressão e mobilização são os pilares da terapia: uso de meias de compressão, elevação do membro afetado quando estiver descansando e evitar ficar sentado ou em pé parado para reduzir inflamação e inchaço.

As causas são relacionadas a lesões que agridem a parede da veia superficial e, na maioria das vezes, à complicação das varizes dos membros inferiores. Os fatores de risco potenciais são os mesmos da trombose venosa profunda:  condição hereditária que aumenta o risco de coágulos sanguíneos; câncer e alguns tratamentos de câncer (quimioterapia); fluxo sanguíneo limitado devido a um ferimento, cirurgia ou imobilidade; longos períodos de inatividade que diminuem o fluxo sanguíneo, como ficar sentado por um longo tempo, como em carro, caminhão, ônibus, trem ou avião); após a cirurgia ou uma lesão grave; gravidez e as primeiras 6 semanas após o parto; ter mais de 40 anos (embora coágulos possam se formar em qualquer idade); estar acima do peso; uso de nicotina; uso de pílulas anticoncepcionais ou terapia hormonal, inclusive para tratamento dos sintomas da pós-menopausa; inserção de um cateter venoso central ou marca-passo(1-4).

Atributos da APS: Longitudinalidade – o acompanhamento do paciente com tromboflebite ao longo do tempo pela mesma equipe pode favorecer a identificação precoce de possíveis complicações com possibilidades de intervenção em tempo oportuno(1,4).

Bibliografia Selecionada:

1. de Almeida MJ, Guillaumon AT, Miquelin D, Joviliano EE, Hafner L, Sobreira ML, Geiger MA, Moura R, Raymundo S, Yoshida WB. Guidelines for superficial venous thrombosis. .[acesso 8 jan 2022]. J Vasc Bras. 2019 Nov 20;18:e20180105. Disponível em https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC6880617/pdf/jvb-18-e20180105.pdf

2. Chopard R, Albertsen IE, Piazza G. Diagnosis and treatment of lower extremity venous thromboembolism: a review. Jama 2020;324(17):1765-1776. Disponível em: https://jamanetwork.com/journals/jama/article-abstract/2772499

3. Mustonen P, Sinisalo J. [internet]. Superficial Venous Thrombophlebitis. EBM Guidelines 17.8.2020. [acesso em 8 jan 2022]. Disponível em: https://www.ebm-guidelines.com/ebmg/ltk.free?p_artikkeli=ebm00920

4. England. NHS (National Health Services) [internet]. Phlebitis (superficial thrombophlebitis). 01 maio 2019. [acesso em 8 jan 2022]. Disponível em: https://www.nhs.uk/conditions/phlebitis/