Auto-exame da mama não evidencia reduzir morte por câncer de mama.
Dados a partir de dois grandes ensaios clínicos não sugerem um efeito benéfico de rastreamento através do autoexame. Não existem ensaios clínicos randomizados sobre exame clínico da mama. No momento, autoexame não pode ser recomendado, embora isso seja largamente sugerido na mídia, em serviços de atenção primária e secundária à saúde.
O rastreamento através do exame clínico da mama detecta alguns casos de câncer que não foram identificados pela mamografia, mas a sensibilidade identificada em estudos observacionais na comunidade é baixa (28% a 36%), assim com também é baixa a sensibilidade aferida em ensaios clínicos (cerca de 54%). O auto-exame da mama não tem mostrado ser efetivo na redução de mortalidade por câncer de mama, mas aumenta o número de procedimentos invasivos, como biópsias da mama, realizados devido aos falsos-positivos encontrados no auto-exame (1). Um outro aspecto que deve ser levado em conta é que, nas mulheres que participam num programa para rastreamento, há uma incidência mais elevada de encontrar-se câncer de mama do que naquelas que não participam, o que foi demonstrado num estudo de coorte que acompanhou 40939 mulheres na faixa etária entre 50 e 64 anos (2).