A medida da transluscência nucal (TN) e do osso nasal, são mensurações feitas durante a realização da ultrassonografia (USG) obstétrica, com o objetivo de rastrear anomalias/ mal formações cromossômicas fetais.
A TN corresponde a imagem ultrassonográfica do acúmulo anormal de fluido na região da nuca do feto no primeiro trimestre da gestação. Durante o exame, observa-se uma zona anecoica adjacente à pele do embrião. Esta medida, normalmente, aumenta com a idade gestacional calculada pelo comprimento cabeça-nádega (CCN). Por esse motivo, para determinar se a medida da TN está aumentada, é necessário considerar a medida do CCN. Considera-se aumentada, medidas acima do percentil 95 para o CCN(2). Geralmente, essa análise já vem descrita no laudo do exame. Quando desejada, a medida da TN deve ser realizada entre 11 e 13 semanas de gestação
Quanto a medida do osso nasal, sabe-se que a calcificação do osso nasal se inicia antes de 11 semanas. Na USG é possível identificá-lo através de um corte sagital, como uma estrutura linear hiperecoica situada imediatamente abaixo da linha da pele do nariz. A não identificação do osso nasal entre 11 e 13 semanas está associada a anomalias cromossômicas fetais, como a trissomia do 21.
O Ministério da Saúde não recomenda o rastreamento de aneuploidias durante a gravidez. Caso opte-se por realizar, o rastreamento para anomalias cromossômicas somente deve ser oferecido em serviços de saúde que possam oferecer aconselhamento pré e pós-teste, incluindo profissionais qualificados para a abordagem das implicações psicológicas de um resultado positivo. Nestes locais, a mulher deve ser informada sobre os benefícios, os riscos destes testes, a possibilidade de resultados falso-positivos e falso-negativos e as consequências de um resultado positivo, como a necessidade de complementar a investigação com pesquisa de cariótipo fetal durante a gestação(5). Uma vez realizados, caso evidencie alterações, a mulher deverá ser encaminhada para um serviço especializado em Medicina Fetal(1,5).
1. Brasil. Ministério da Saúde. Protocolos da Atenção Básica: Saúde das Mulheres / Ministério da Saúde, Instituto Sírio-Libanês de Ensino e Pesquisa – Brasília: Ministério da Saúde, 2016:230p. (Acesso em 14 set 2020). Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/protocolos_atencao_basica_saude_mulheres.pdf
2. Zugaib M. Zugaib Obstetrícia – 2ª ed. – Barueri, SP: Manole 2012.
3. França LC, Murta CGV. Curva de referência para a medida de transluscência nucal na população capixaba. Radiol Bras. 2004;37(6):419-423 (Acesso em 14 set 2020). Disponível em: https://www.scielo.br/scielo.php?pid=s0100-39842004000600007&script=sci_arttext
4. Mazzoni Junior, GT; et al. Avaliação ultra-sonográfica do osso nasal fetal: evolução das medidas ao longo da gestação. Rev. Bras. Ginecol. Obstet. 2006;28(3):151-157. (Acesso em 14 set 2020). Disponível em: https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-72032006000300003
5. Gusso G, Lopes JMC. Tratado de Medicina de Família e Comunidade: princípios, formação e prática. Porto Alegre, Artmed, 2019.