Áreas de risco são partes de um determinado território que, por suas características, apresentam mais chances de que “algo indesejado” aconteça. A definição da área de risco pode variar conforme o que seja esse “algo indesejado”. Para a Defesa Civil, por exemplo, trata-se de locais com maior risco de enchentes, desmoronamentos ou outras situações em que ela costuma ser acionada. Para a vigilância epidemiológica, podem ser áreas com maior quantidade de mosquitos transmissores da dengue. Na Estratégia de Saúde da Família, consideramos como de risco as micro-áreas em que os moradores, de maneira geral, têm seus níveis de saúde inferiores aos do restante da população do território, possuem mais chances de adoecer, ou ainda, ao apresentar a mesma doença que pessoas de outra micro-área, desenvolvem-na em maior gravidade ou com maiores complicações. Exemplos de condições que definem uma micro-área como sendo de risco são a grande frequência de violência, desemprego, analfabetismo, uso de drogas, crianças que sofrem maus-tratos e a ausência de infraestrutura, como saneamento básico e moradias adequadas.
A prefeitura de Belo Horizonte elaborou, em 2003, um índice de vulnerabilidade à saúde que define territórios que merecem atenção especial das equipes de saúde, inclusive com uma redução da população atendida pelos profissionais. Esse índice leva em conta a presença das seguintes características:
- Saneamento: abastecimento de água, esgoto sanitário e destino do lixo inadequado ou ausente.
- Habitação: domicílios improvisados, alto número de moradores por domicílio.
- Educação: analfabetismo, baixa escolaridade do chefe da família.
- Baixa renda.
- Indicadores de saúde: proporção de mortes por problemas cardíacos e circulatórios antes dos 60 anos, mortalidade infantil.
A presença de um maior número dessas características corresponde a maior risco para a população.