Deve armazenar o dente preferencialmente em leite, ou na impossibilidade deste, em solução salina. O armazenamento em água deve ser evitado. O dente também pode ser transportado na boca, mantendo-o nos lábios ou nas bochechas, se o paciente estiver consciente. Se houver risco de o paciente engolir o dente, é aconselhável que este seja colocado em um dos meios de armazenamento citados; no caso de inacessibilidade a estes, o paciente pode ser instruído a cuspir em um recipiente e colocar o dente dentro até a chegada o mais rápido possível no local de atendimento pelo dentista que irá deixar o dente em um meio de armazenamento enquanto realiza a anamnese e examina o paciente clínica e radiograficamente, a fim de proceder o reimplante do dente traumatizado(1,2).
Se o dente for estocado corretamente ou seco por menos de 60 minutos até a chegada ao dentista, este deverá anestesiar, lavar o alvéolo com solução salina, curetá-lo para remoção do coagulo, facilitando o reposicionamento, que deve ser realizado de forma lenta e com leve pressão digital, além de examiná-lo. Se houver fratura de parede alveolar, deve posicioná-la e, por fim, reposicionar o dente no alvéolo com leve pressão digital. A seguir deverá fazer uma contenção flexível (fio de nylon) por 2 semanas ou rígida por 4 semanas, a depender da ausência ou presença de fratura alveolar, respectivamente.
Se o dente for estocado inadequadamente ou a seco por mais de 60 minutos, deve-se remover cuidadosamente os tecidos moles não viáveis com uma gaze embebida em solução salina estéril.
O tratamento endodôntico deve ser iniciado dentro de 2 semanas após o reimplante e a proteção do paciente contra o tétano deve ser verificada(3).
Caso o traumatismo tenha ocorrido em locais contaminados, pode ser necessária a remoção de detritos da superfície do dente, devendo este ser suavemente agitado no meio de armazenamento ou enxaguado com solução salina estéril.
O tempo extra-alveolar do elemento avulsionado em meio seco deve ser avaliado a partir da anamnese, antes de ser reimplantando ou colocado em um meio de armazenamento.
1. Andersson L, Andreasen JO, Day P, Heithersay G, Trope M, Diangelis AJ, et al. International Association of Dental Traumatology guidelines for the management of traumatic dental injuries: 2. Avulsion of permanent teeth. Dent Traumatol 2012;28(2):88-96. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/22409417/
2. Adnan S, Lone MM, Khan FR, Hussain SM, Nagi SE. Which is the most recommended medium for the storage and transport of avulsed teeth? A systematic review. Dent Traumatol 2018;34(2):59-70. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/29292570/
3. Fouad AF, Abbott PV, Tsilingaridis G, Cohenca N, Lauridsen E, Bourguignon C, et al. International Association of Dental Traumatology guidelines for the management of traumatic dental injuries: 2. Avulsion of permanent teeth. Dent Traumatol 2020;36(4):331-34. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32460393/