No exame preventivo de colo de útero foi evidenciada uma infecção por Actinomyces em paciente de 51 anos que há 3 retirou um DIU. Há necessidade de alguma intervenção?

| 4 fevereiro 2015 | ID: sofs-18469
Solicitante:
CIAP2:
DeCS/MeSH:
Recorte Temático:

A identificação de Actinomyces na citologia cervical de mulheres assintomáticas representa colonização. Não há evidências que apoiem o tratamento nestes casos. Por outro lado, se a paciente apresentar clínica e/ou exame ginecológico compatível com doença inflamatória pélvica deve receber tratamento.
O Actinomyces é sensível a penicilina. A via de administração mais comum é endovenosa. Como alternativa nos casos de alergia, é utilizada tetraciclina. Tratamento prolongado e até cirurgia podem ser necessários nos casos de complicações (por exemplo, abscesso).


Complementação resposta
Pacientes assintomáticas que apresentam Actinomyces na citologia cervical devem ser notificadas quanto a presença do microrganismo e orientadas em relação aos sinais e sintomas de doença inflamatória pélvica bem como da importância de procurar atendimento médico na ocorrência destes.

Atributos APS
Apesar dos avanços na atenção primária (APS) nos últimos anos, muitas unidades de saúde têm restrita capacidade resolutiva e trabalham com agendamento de consultas, destinando pouco ou nenhum espaço para atendimento à demanda espontânea, não reconhecendo a DST sintomática como uma emergência. Isso restringe a acessibilidade aos serviços, levando os homens portadores de DST a continuar procurando prontos socorros, farmácias, curandeiros ou automedicação. As mulheres, frequentemente assintomáticas, não são rastreadas ou orientadas no seu atendimento ginecológico. Finalmente, os serviços que atendem DST tendem a ser clínicas especializadas, o que estigmatiza a população que as procura. Pela sua magnitude, transcendência, vulnerabilidade às ações e factibilidade de controle, as DST devem ser priorizadas. A assistência às DST deve ser realizada de forma integrada pela Estratégia Saúde da Família (APS), Unidades Básicas de Saúde (UBS) e serviços de referência regionalizados.  Para propiciar o diagnóstico precoce e tratamento imediato, propõe-se o uso de abordagem sindrômica, que se baseia em fluxogramas de conduta. A literatura mostra que os fluxogramas para úlceras genitais e corrimentos uretrais são bastante eficientes.

Bibliografia Selecionada:

  1. Dean G, Goldberg AB. UpToDate: Management of problems related to intrauterine contraception [Internet]. Waltham (MA): UpToDate, Inc., 2014. [atualizada em 04 ago 2014; acesso em 6 ago 2014] – Disponível em: <http://www.uptodate.com/contents/management-of-problems-related-to-intrauterine-contraception> Acesso em: 19 fev 2015.
  2. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Programa Nacional de DST e Aids. Manual de Controle das Doenças Sexualmente Transmissíveis. Brasília: Ministério da Saúde. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_controle_das_dst.pdf> Acesso em: 19 fev 2015.