Não existe apenas uma classificação para doença venosa. Essa resposta será fundamentada na classificação e graduação da doença venosa dos membros inferiores (CEAP – classificação clínica (C), etiológica (E), anatômica (A) e patológica (P)). Esta classificação foi proposta e realizada no fórum Americano de Doenças Venosas preparado por um “Comitê AD HOC”. É também organizada em termos decrescentes de gravidade da doença.
Classificação clínica da doença venosa (CEAP)
a) Classe 0 – Não visível ou palpável sinais de doença venosa
b) Classe 1 – Telengectasias e/ou veias reticulares
c) Classe 2 – Veias varicosas
d) Classe 3 – Edema
e) Classe 4 – Pigmentação, eczema e lipodermoesclerose
f) Classe 5 – Úlcera varicosa cicatrizada
g) Classe 6 – Úlcera varicosa aberta
Telangiectasias são definidas como dilatações intradérmicas das veias, cujo diâmetro estimado é de aproximadamente 1mm. Veias reticulares são dilatações subdérmicas das veias com diâmetro de mais ou menos 4 mm e que não são palpáveis. Veias varicosas são de localização subcutânea, palpáveis, acima de 4mm.
Os sintomas incluem, dor, congestão, irritação da pele e câimbras musculares assim como edema e outras complicações atribuídas em disfunções venosas.
Tratamento
O tratamento das varizes tem como objetivo o alívio dos sintomas, tratar e prevenir complicações e evitar recorrência das mesmas. O tratamento pode ser dividido em clínico, cirúrgico e escleroterápico. Deve ser bem explicado ao paciente que a doença varicosa é cíclica, e que o tratamento nem sempre é curativo, necessitando seguir as medidas de prevenção.
Tratamento Clínico: deve ser indicado nos pacientes assintomáticos e nos pacientes que recusam tratamento cirúrgico e /ou escleroterápico. Consiste no uso de meias elásticas, além das medidas de prevenção. O uso de meias elásticas de compressão graduada (média ou alta) até o nível do joelho ou da coxa parece oferecer somente pequeno benefício para as varizes. Um Ensaio Clínico Randomizado não encontrou diferença significativa nos sintomas entre o uso de meias de compressão por quatro semanas e nenhum tratamento em pessoas com veias varicosas. Porém, o estudo pode não ter tido poder para detectar efeitos clinicamente importantes
Tratamentos Cirúrgicos: podem ser indicados por questões estéticas ou sintomáticas, na presença de trajetos varicosos maiores que 3mm. Existem vários tipos de cirurgias, desde a simples ressecção de colaterais varicosas por microincisões até as safenectomias, levando-se em consideração que nos dias atuais a tendência é a cirurgia com preservação das safenas, dependendo do grau de dilatação e insuficiência das mesmas. As contra-indicações para a cirurgia são várias, incluindo gravidez, doença hemorrágica associada, membro com isquemia, presença de úlcera aberta e infectada, linfedema do membro e idade avançada (contra-indicação relativa). Pode haver complicações, tais como hemorragias, linforragia, infecção, lesão de veias profundas, lesões de nervos, entre outros, mas todos com baixa incidência.
Ensaios Clínicos Randomizados encontraram que a cirurgia reduziu a recorrência das veias varicosas e a incidência de novas veias varicosas em 1 e 10 anos comparada à escleroterapia com injeção.
Tratamento Escleroterápico: deve ser indicado nos casos de telangiectasias (0,1-1mm) associadas ou não a cirurgias prévias para retirada de pontos de refluxo em microvarizes (2-4 mm). A escleroterapia pode ser química com substâncias esclerosantes, por eletrocoagulação ou térmica com o uso do laser para fototermólise dos vasos. Também não é isento de complicações, podendo acontecer desde reações alérgicas até necroses de pele no local das punções.