Sim, estudos clínicos indicam que auriculoterapia reduz significativamente a ocorrência e intensidade da náusea e do vômito associados ao uso de medicamentos quimioterápicos, radioterapia, gravidez, intervenções cirúrgicas e em casos de cinetose(1,2). Em gestantes, sugere-se o uso de auriculoterapia a partir da 17a semana(4).
Os pontos indicados para o controle de náusea e vômito são estômago, cárdia, esôfago, ponto zero, tronco cerebral e shenmem (figura 1)(1).
Figura 1 – Localização dos pontos
Fonte: adaptado de Eghaball et al (2016)
Os pontos devem ser estimulados pelo menos três vezes ao dia (manhã, meio dia e noite) por três minutos, durante cinco dias(1). Recomenda-se o uso de sementes orgânicas, pois além de serem mais baratas, há menor risco de processos inflamatórios e alérgicos. Independente de qual material utilizado deve-se sempre orientar ao paciente que retire as sementes caso sinta incômodo, dor ou coceira intensos na região(3).
A auriculoterapia é indicada como prática complementar não farmacológica, de baixo custo e não invasiva. Não foram identificados eventos adversos graves ligados a essa abordagem terapêutica. Os efeitos adversos comuns transitórios são: tontura, cefaleia e reações cutâneas(2).
Complemento:
Náusea e vômito são efeitos colaterais comuns em uma variedade de distúrbios e condições, em aproximadamente 40 a 80% dos pacientes(1). A auriculoterapia no Sistema Único de Saúde pode ser utilizada sozinha ou associada a outros recursos terapêuticos, ofertada no acolhimento, no atendimento individual ou em grupos. Essa prática é uma intervenção atraente para o manejo de condições crônicas e em casos que requerem cuidados paliativos, com poucos efeitos adversos(1).