Sim. Uma revisão sistemática de série de casos(1) salienta que “a aromaterapia tem o potencial de causar efeitos adversos, alguns dos quais são graves”, apesar da frequência de ocorrência de tais efeitos ainda permanecer desconhecida.
Alguns autores apontam que a segurança dos óleos essenciais usados na aromaterapia é complexa. Os dados de segurança são em grande parte estabelecidos com base em usos tradicionais seguros e com relatos de casos de estudos em animais(2). No entanto, na prática, isso pode ser diferente.
É comum encontrar utilizações inadequadas dos produtos, assim como produtos inadequados (como essências sintéticas de baixa qualidade)(3).
Aromaterapeutas devem ser educados para ler os rótulos dos óleos essenciais usados em aromaterapia, que devem conter informações importantes, como: a parte ou partes da planta a partir do qual o óleo foi extraído, detalhes de manufatura, declaração de pureza dos óleos. Contudo, alguns destes tópicos não são requisitos regulatórios e nem todos os fornecedores fazem tais declarações(2).
Nesse sentido, pode haver riscos que dizem respeito a padrões de qualidade. Com isso, os eventos adversos mais comuns citados(2) são: irritação dos olhos, mucosas e pele, particularmente a óleos que contêm aldeídos e fenóis. A sensibilização cruzada a outros óleos e alimentos é possível. Dentre as potenciais interações entre óleos essenciais e medicamentos convencionais ou fitoterápicos alerta-se para o uso de eugenol ou mentol (que no caso de gravidez pode aumentar a atividade anticoagulante, portanto, podem aumentar o risco de sangramento). Destaca-se ainda que pessoas com histórico de alergias e eczema podem desenvolver sensibilidade a qualquer óleo essencial. Com isso, certas precauções e contraindicações na gravidez, lactação, epilepsia e asma devem ser consideradas.
A falta de evidências suficientemente convincentes sobre a eficácia da aromaterapia combinada ao potencial de causar efeitos adversos, deveriam ser elementos capazes de gerar questionamentos sobre a real necessidade de uso da modalidade em muitas condições clínicas(1).
Além disso, estudos prévios(4) já deram destaque para o fato de haver um uso considerável de óleos de aromaterapia por mulheres grávidas e mencionam que há uma necessidade clara de maior comunicação entre os profissionais de saúde e seus pacientes em relação a tal uso. O profissional deveria estar ciente de que mulheres grávidas sob seus cuidados podem estar usando óleos de aromaterapia, o que incorreria na necessidade de alertar a paciente que alguns dos óleos podem ser inseguros.