Quais atividades educativas o Auxiliar em Saúde Bucal poderia realizar sem a presença do Cirurgião-Dentista?

| 12 março 2013 | ID: sofs-5430
Solicitante:
CIAP2:
DeCS/MeSH:
Recorte Temático:

A motivação e a educação em saúde são de extrema importância na promoção da saúde bucal da população e devem ser trabalhadas o mais cedo possível junto aos indivíduos. Desta maneira, a idade escolar é um período adequado para o trabalho de motivação, porque a criança já desenvolveu habilidades manuais e uma noção das relações de causa e efeito dos fatores que levam a ocorrência de doenças, o que contribui para entender a importância da prevenção (1). Algumas dinâmicas que podem ser trabalhadas com crianças

  1. DINÂMICA “TESTE DA LÍNGUA” (2)

a) Objetivo: desenvolver autonomia para identificação da placa bacteriana e adoção dos métodos adequados de deplacagem, compreendendo os objetivos da remoção da placa.
b) Materiais necessários: Escovas de dente em quantidade suficiente para todas as crianças participantes (pode-se pedir para que elas compareçam à atividade levando a sua própria escova);  Espelhos (de bolsa, de preferência com cabo) em quantidade correspondente a, pelo menos, metade dos participantes.
c) Procedimento: Faz-se um círculo e as crianças são convidadas a sentar. O coordenador deverá explicar que este é um encontro para fazer experiências que vão demonstrar os fatores e mecanismos que estão envolvidos na determinação da cárie, nos ajudando a entender o que podemos fazer para cuidar da nossa saúde bucal e evitar essa doença.


Para iniciar a reflexão acerca do tema e conhecer o que as crianças sabem a respeito e como esse conhecimento se aplica no dia-a-dia, o coordenador poderá começar fazendo perguntas, tais como:

É importante ir anotando as respostas – tantas quantas surgirem, sem crítica – em um flip-chart (ou quadro de giz/quadro branco, ou painel) para poder, depois, ir fazendo associações com os conteúdos que serão trabalhados e também para que as próprias crianças possam compará-las com as respostas dadas ao final da oficina.
A partir das respostas dadas, o coordenador poderá introduzir a atividade seguinte. Se as crianças já tiverem demonstrado conhecer algo sobre placa bacteriana, esse será o “gancho” para fazer a proposta de fazer um “teste” que nos ajuda a reconhecer a placa. Outra forma de começar pode ser: “Vamos fazer uma experiência para saber o que fazemos quando escovamos os dentes? Alguém aqui já fez o ‘teste da língua’?! O primeiro passo é o seguinte: peguem suas escovas de dente e escovem somente os dentes do lado esquerdo da boca e apenas os dentes de cima. Escovem até acharem que eles já estão bem limpos” (o ideal é fazer essa atividade em um local onde haja um escovódromo, mas, se isso não for possível, providencie copos descartáveis para cada pessoa, a fim de que elas possam cuspir se precisarem).
Agora, vamos fazer o ‘teste da língua’. Alguém sabe como é? O ‘teste da língua’ a gente faz passando a língua por todos os nossos dentes, começando pela parte que a gente não escovou até chegar aos dentes que estão escovados (é importante que o próprio coordenador demonstre como fazer).
“Vocês percebem alguma diferença?” O coordenador deverá ir anotando os comentários das crianças a respeito das sensações que experimentaram ao fazer o “teste da língua”, classificando-as em duas colunas: 1) dentes limpos; 2) dentes sem escovação.
Após compor esse quadro, o coordenador deverá fazer as associações entre os depoimentos das crianças e os conteúdos relativos à placa bacteriana, no que diz respeito a sua formação e consistência.
O objetivo aqui é esclarecer que aquilo que puderam perceber pelo “teste da língua” é a presença de placa bacteriana, que tem esse nome por ser formada por grupos de bactérias que aderem aos dentes, concentrando-se principalmente naquelas partes onde é mais difícil chegar a escova. Deve-se estimular, também, a identificação visual da placa, por meio da observação com os espelhos.
É importante ouvir as hipóteses das crianças sobre o que elas acham que forma a placa bacteriana para, então, poder estabelecer correlações e esclarecer a influência da alimentação na determinação da acidez bucal e aceleração da formação da placa, favorecendo o processo de desmineralização da superfície dental e consequentemente o surgimento da cárie.
Concluindo a dinâmica, o coordenador poderá perguntar às crianças, então, para que escovamos os dentes, certificando-se de que tenha favorecido a compreensão de que o objetivo da escovação é a retirada da placa.
Com o auxílio de macromodelos poderá introduzir a importância do uso do fio dental para melhor limpeza/deplacagem, por possibilitar atingir todas as faces do dente. É importante que as próprias crianças demonstrem a escovação no macromodelo bem como o uso do fio dental.

2) MÚSICA “MEUS DENTINHOS BRANQUINHOS” (CRIAÇÃO CD ETIANE CALLAI)-  melodia de “Atirei o Pau no Gato”
os meus dentes bem branquinho-os
eu vou te-e-er
se escovar
todo dia-a
direitinho-o
no café,
no almoço e no jantar!

Objetivo: Fixação da importância da escovação dentária após as refeições e antes de dormir
Modo de funcionamento: Cantar fazendo gestos e desenhar algo que lembre dos horários em que se deve escovar os dentes para por na parede em casa

3) COMO É A NOSSA BOCA?
a) Objetivo: propiciar o conhecimento e o reconhecimento de nossa boca.
b) Material: papel sulfite, lápis de cor e massa de modelar.
c) Procedimento:

4) COMO É O “BICHO DA CÁRIE”? (3)
a) Objetivo: trabalhar com os alunos suas hipóteses a respeito de como a cárie é causada.
b) Material: papel sulfite e giz de cera.
c) Procedimento:

É importante ressaltar que toda a atividade proposta deve ser discutida com o dentista da equipe.

Sugestões de promoções de saúde oportunas
A integralidade do cuidado deve ser estimulada através de ações que envolvam toda a equipe.
Com adultos, sugerem-se as atividades que estão disponíveis na SOF
Quais dinâmicas sobre saúde bucal podem ser realizadas em um grupo de hipertensos?

 

Bibliografia Selecionada:

  1. SALIBA NA et al. Programa de Educação em Saúde Bucal: A Experiência da Faculdade de Odontologia de Araçatuba – UNESP. Odontologia. Clín.-Científ., v. 2, n. 3, p. 197-200, 2003. Disponível em: http://lms.ead1.com.br/upload/biblioteca/modulo_3658/U6PUXQHIWC.pdf
  2. SESC, Serviço Social do Comércio. Manual técnico de educação em saúde bucal / Claudia Márcia Santos Barros, coordenador. – Rio de Janeiro : SESC, Departamento Nacional, 2007. 132p. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manualTecnicoEducacaoSaudeBucal.pdf. Acesso em: 28 out. 2014