Para iniciar a reflexão acerca do tema e conhecer o que as crianças sabem a respeito e como esse conhecimento se aplica no dia-a-dia, o coordenador poderá começar fazendo perguntas, tais como:
- O que vocês fazem para cuidar da saúde dos seus dentes?
- Vocês costumam escovar os dentes?
- Quando vocês escovam?
- Por que escovam?
- Vocês usam fio dental?
- Quando?
- Por quê?
É importante ir anotando as respostas – tantas quantas surgirem, sem crítica – em um flip-chart (ou quadro de giz/quadro branco, ou painel) para poder, depois, ir fazendo associações com os conteúdos que serão trabalhados e também para que as próprias crianças possam compará-las com as respostas dadas ao final da oficina.
A partir das respostas dadas, o coordenador poderá introduzir a atividade seguinte. Se as crianças já tiverem demonstrado conhecer algo sobre placa bacteriana, esse será o “gancho” para fazer a proposta de fazer um “teste” que nos ajuda a reconhecer a placa. Outra forma de começar pode ser: “Vamos fazer uma experiência para saber o que fazemos quando escovamos os dentes? Alguém aqui já fez o ‘teste da língua’?! O primeiro passo é o seguinte: peguem suas escovas de dente e escovem somente os dentes do lado esquerdo da boca e apenas os dentes de cima. Escovem até acharem que eles já estão bem limpos” (o ideal é fazer essa atividade em um local onde haja um escovódromo, mas, se isso não for possível, providencie copos descartáveis para cada pessoa, a fim de que elas possam cuspir se precisarem).
Agora, vamos fazer o ‘teste da língua’. Alguém sabe como é? O ‘teste da língua’ a gente faz passando a língua por todos os nossos dentes, começando pela parte que a gente não escovou até chegar aos dentes que estão escovados (é importante que o próprio coordenador demonstre como fazer).
“Vocês percebem alguma diferença?” O coordenador deverá ir anotando os comentários das crianças a respeito das sensações que experimentaram ao fazer o “teste da língua”, classificando-as em duas colunas: 1) dentes limpos; 2) dentes sem escovação.
Após compor esse quadro, o coordenador deverá fazer as associações entre os depoimentos das crianças e os conteúdos relativos à placa bacteriana, no que diz respeito a sua formação e consistência.
O objetivo aqui é esclarecer que aquilo que puderam perceber pelo “teste da língua” é a presença de placa bacteriana, que tem esse nome por ser formada por grupos de bactérias que aderem aos dentes, concentrando-se principalmente naquelas partes onde é mais difícil chegar a escova. Deve-se estimular, também, a identificação visual da placa, por meio da observação com os espelhos.
É importante ouvir as hipóteses das crianças sobre o que elas acham que forma a placa bacteriana para, então, poder estabelecer correlações e esclarecer a influência da alimentação na determinação da acidez bucal e aceleração da formação da placa, favorecendo o processo de desmineralização da superfície dental e consequentemente o surgimento da cárie.
Concluindo a dinâmica, o coordenador poderá perguntar às crianças, então, para que escovamos os dentes, certificando-se de que tenha favorecido a compreensão de que o objetivo da escovação é a retirada da placa.
Com o auxílio de macromodelos poderá introduzir a importância do uso do fio dental para melhor limpeza/deplacagem, por possibilitar atingir todas as faces do dente. É importante que as próprias crianças demonstrem a escovação no macromodelo bem como o uso do fio dental.
2) MÚSICA “MEUS DENTINHOS BRANQUINHOS” (CRIAÇÃO CD ETIANE CALLAI)- melodia de “Atirei o Pau no Gato”
os meus dentes bem branquinho-os
eu vou te-e-er
se escovar
todo dia-a
direitinho-o
no café,
no almoço e no jantar!
Objetivo: Fixação da importância da escovação dentária após as refeições e antes de dormir
Modo de funcionamento: Cantar fazendo gestos e desenhar algo que lembre dos horários em que se deve escovar os dentes para por na parede em casa
3) COMO É A NOSSA BOCA?
a) Objetivo: propiciar o conhecimento e o reconhecimento de nossa boca.
b) Material: papel sulfite, lápis de cor e massa de modelar.
c) Procedimento:
- pedir aos alunos que sentem no chão, em duplas, um em frente ao outro. O primeiro “examina” a boca do outro, invertendo-se os papéis em seguida. Pedir que observem o formato dos dentes, sua cor, a cor da língua, o tamanho dos dentes, etc. Se necessário explicar como esses aspectos podem ser observados.
- cada aluno deverá, após o “exame” da boca de seu colega, fazer um desenho do que viu.
- em seguida, cada um com o seu desenho, sentando-se à mesa, deverá reproduzir com a massa de modelar o que desenhou.
- fazer uma “exposição” do que foi construído com a massa de modelar, colocando os trabalhos no centro da sala para que todos vejam.
- levantar junto aos alunos suas hipóteses a respeito de: – qual a função dos dentes? – por que eles são diferentes? – qual a função da língua? – por que temos saliva na boca? – por que os dentes estragam?
- a partir do que foi falado, complementar com informações adicionais as questões discutidas.
4) COMO É O “BICHO DA CÁRIE”? (3)
a) Objetivo: trabalhar com os alunos suas hipóteses a respeito de como a cárie é causada.
b) Material: papel sulfite e giz de cera.
c) Procedimento:
- distribuir o papel e o giz para as crianças, fazendo a seguinte proposta: “desenhem como vocês imaginam o bicho da cárie”.
- após o término do trabalho, pedir às crianças que falem sobre os seus desenhos tentando fazer com que expressem o porquê imaginaram o bicho dessa forma.
- exemplificar apresentando aos alunos a bactéria que causa a cárie em forma de desenhos ou de dispositivos, ou até mesmo através do microscópio. Explicar como ela agride a superfície dentária e como ela consegue sobreviver na boca.
É importante ressaltar que toda a atividade proposta deve ser discutida com o dentista da equipe.
Sugestões de promoções de saúde oportunas
A integralidade do cuidado deve ser estimulada através de ações que envolvam toda a equipe.
Com adultos, sugerem-se as atividades que estão disponíveis na SOF
“Quais dinâmicas sobre saúde bucal podem ser realizadas em um grupo de hipertensos?”