O uso dos benzodiazepínicos deve ser evitado tanto durante a gestação quanto durante o período de amamentação, por seu efeito sedativo no feto e no lactente. Recém-nascidos de mães que usam benzodiazepínicos no final da gestação podem desenvolver síndrome de abstinência logo após o nascimento [1].
Uso de benzodiazepínicos na gravidez não está associado a defeitos morfológicos. Uma revisão sistemática que inclui nove estudos observacionais com mais de um milhão de indivíduos, concluiu que os benzodiazepínicos não estão associados a um risco aumentado de malformações congênitas. [2].
Mas efeitos adversos neonatais são observados para todos os medicamentos dessa classe, quando usados no terceiro trimestre de gravidez. O uso de doses altas por tempo prolongado pode levar ao aparecimento de sintomas de abstinência no neonato (hipertonia, hiperreflexia, irritabilidade, inquietação, choro inconsolável, tremores de extremidades, bradicardia, cianose, dificuldade de sucção, apneia, diarreia, vômitos). Se usados próximo ao parto, podem levar à síndrome “floppy baby” (hipotonia, hipotermia, letargia, depressão respiratória e dificuldades de alimentação) [3].
Os benzodiazepínicos também parecem estar associados a abortos espontâneos. Uma meta-análise de três estudos observacionais prospectivos incluiu aproximadamente 600 mulheres grávidas tratadas com benzodiazepínicos durante o primeiro trimestre e aproximadamente 600 gravidezes não expostas e verificou que os benzodiazepínicos estavam associados a um risco aumentado de aborto espontâneo [2]. Um estudo de registro nacional na Suécia também concluiu que o uso desta classe parece aumentar o risco de parto prematuro [4].
Por isso deve-se evitar o uso benzodiazepínico em mulheres grávidas e no período pós-natal, exceto no tratamento de ansiedade e agitação graves por um curto prazo, sendo preferidas as drogas com meia-vida curta (por exemplo, lorazepam). Deve-se planejar a retirada gradual da medicação para mulheres que estão planejando uma gravidez, que estiverem grávidas ou amamentando [2].
Atributos da APS
Durante a consulta pré-natal ou na visita puerperal o profissionais da Atenção rimaria á Saúde (APS) devem fazer perguntas sobre sintomas ansiosos ou depressivos como parte de uma discussão geral sobre a saúde mental e o bem-estar de uma mulher. [2]
Aconselhe as mulheres grávidas que têm um problema de sono sobre hábitos saudável de higiene do sono (ex. ter uma rotina para dormir, evitar a cafeína e redução a atividade antes de dormir) [2].