Existe um calendário adequado para consultas de supervisão de saúde para crianças?

| 16 julho 2010 | ID: sofs-4684
Solicitante:
CIAP2:
DeCS/MeSH: ,
Graus da Evidência:

O número ideal de consultas de supervisão de saúde da criança não está estabelecido. Por exemplo, há evidência suficiente de que crianças de baixo risco podem ter somente três consultas de supervisão no primeiro ano de vida, sem prejuízo à sua saúde. No entanto, crianças com mais fatores de risco e poucos fatores de proteção podem necessitar um maior número de consultas (1). Desta forma, recomenda-se que ao pactuar com os pais o calendário de consultas, deve-se sempre levar em consideração o contexto familiar, as necessidades individuais e os fatores de risco e resiliência (2).
Como exemplo de um calendário de consultas de supervisão à saúde da criança no Rio Grande do Sul, o Serviço de Saúde Comunitária do Hospital Nossa Senhora Conceição (Porto Alegre) recomenda como cronograma mínimo (2):


  1. Fatores de risco que podem levar à necessidade uma maior vigilância por parte da equipe de saúde, estão: doença física crônica; eventos estressantes; – discórdia entre os pais; – doença de um dos pais; – pobreza; – racismo; – estudo em escolas deficientes; – cuidados médicos insuficientes;- criança sem teto; – ambiente violento; – falta de apego; – isolamento social; e – falta de amor.
  2. Fatores de proteção que podem evitar a necessidade uma maior vigilância por parte da equipe de saúde, estão: auto-estima; – habilidade para resolver problemas; – autocontrole; – habilidade de planejamento; – inteligência; – religiosidade; – capacidade de exprimir sentimentos; – família estável; – modelos competentes; – apoio social; – escolas com qualidade; – vizinhança com bons recursos.

Bibliografia Selecionada:

  1. Blank D. Condutas clínicas na promoção da saúde da criança e do adolescente. In: Duncan BB, Schmidt MI, Giugliani ERJ. Medicina ambulatorial: condutas de atenção primária baseadas em evidências. 3a Ed. Porto Alegre: Artmed; 2004.
  2. Berger CB. Anamnese, exame físico e aconselhamento antecipado nas consultas subseqüentes. In: Brasil. Ministério da Saúde. Grupo Hospitalar Conceição. Gerência de Saúde Comunitária. Atenção à saúde da criança de 0 a 12 anos. Porto Alegre: Hospital Nossa Senhora da Conceição; 2009. p. 31-40. Disponível em: http://www2.ghc.com.br/GepNet/publicacoes/livroatencaoacrianca.pdf