Apenas com um resultado de IgG do lactente não é possível definir se há ou não indicação de tratamento para toxoplasmose. Para que tal resposta seja dada é necessário saber se a mãe adquiriu toxoplasmose durante a gestação, quais são os títulos de anticorpos da mãe, quais os outros resultados de exames desse lactente e se o lactente apresenta ou não sinais e sintomas da doença em questão.
É importante lembrar que os anticorpos IgG atravessam passivamente a placenta e, portanto, sua presença no recém-nascido (RN) ou no lactente jovem pode refletir apenas a infecção materna. Por outro lado, a persistência de IgG positiva, ao final do primeiro ano de vida, ou a elevação dos seus títulos, no primeiros meses, confirmam a infecção na criança. A presença de IgM após o 5º dia de vida também confirma o diagnóstico de infecção congênita no RN.
Crianças, com diagnóstico definitivo ou provável, devem receber tratamento durante o primeiro ano de vida ou até que se exclua o diagnóstico. As crianças com diagnóstico possível devem ser acompanhadas com exames clínicos e sorológicos (IgG) mensais ou bimensais, para acompanhamento dos títulos do anticorpo até sua negativação (diagnóstico excluído) ou elevação/persistência em títulos estáveis (diagnóstico confirmado), sem que a criança seja tratada. Tão logo seja confirmado o diagnóstico, no primeiro ano de vida, deve-se iniciar o tratamento.