O uso da quimioprofilaxia é eficaz em reduzir a incidência de hanseníase, particularmente entre contactantes domiciliares, que possuem um maior risco de desenvolver a doença.
A revisão permite concluir a favor da efetividade do uso de quimioprofilaxia com dapsona e acedapsona na prevenção da hanseníase. Entretanto sabe-se que estes estudos também levantaram uma questão importante: o desenvolvimento de resistência à medicação, quando usada em larga escala e em monoterapia. Surge, portanto um dilema entre uma ação individual e a responsabilidade com a coletividade. Este cenário é parte do cotidiano dos médicos de família e comunidade, sendo sua competência o adequado manejo de cada situação. Estudos mais recentes têm avaliado o uso de outros antimicrobianos na quimioprofilaxia da hanseníase, em especial a combinação de rifampicina, ofloxacina e minociclina. Outra questão relevante é o real efeito da prevenção. O longo período de incubação da hanseníase torna difícil avaliar se os efeitos observados são mesmo decorrentes da intervenção. Além disso, alguns estudos com um follow-up mais prolongado têm demonstrado que a eficácia da quimioprofilaxia parece diminuir com o tempo.