Cuidados com a saúde bucal de pacientes em terapia intensiva ajudam na melhora sistêmica do paciente?

| 5 maio 2022 | ID: sofs-44936
Solicitante:
CIAP2:
DeCS/MeSH: , , ,

É necessário que o dentista esteja presente na equipe multidisciplinar das unidades de terapia intensiva (UTI), para que através dos cuidados bucais, como higienização e controle de colonizações patogênicas, possam minimizar os riscos de comprometimento sistêmicos e dar melhor qualidade de vida a esses pacientes(1).


Um controle rigoroso da higiene bucal de pacientes admitidos em UTI visa controlar o desenvolvimento e a maturação de um biofilme de maior patogenicidade em diversas partes da cavidade bucal, não só dentes, mas também mucosa de recobrimento(bochecha), língua e dispositivos protéticos fixos e móveis(próteses). As bactérias gram-positivas são comumente encontradas na cavidade bucal, mas à medida que o biofilme desenvolve, podem ocorrer associações com bactérias anaeróbicas gram-negativas e fungos, tornando este biofilme mais patogênico e, consequentemente, aumentando o risco de complicações sistêmicas como endocardite bacteriana e pneumonia nosocomial(2).

Diante desses fatos, há fortes argumentos de que cuidados bucais realizados por dentistas deva se integrar à equipe multidisciplinar de profissionais de saúde em UTIs. A diretoria colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) em resolução – RDC nº 7, de 24 de fevereiro de 2010, apresenta os requisitos mínimos para funcionamento de unidades de terapia intensiva. Nos termos desta resolução é dito que o acesso a recursos assistenciais (Art. 18) deve ser garantido por meios próprios ou terceirizados, que devem ser proporcionados serviços obrigatórios à beira do leito, sendo um deles a assistência odontológica(3). A presença de assistência odontológica é importante e contribui para a melhora sistêmica do indivíduo, possibilitando verdadeiro exercício do trabalho interdisciplinar e prevalecendo a saúde integral do paciente.

Bibliografia Selecionada:

  1. Amaral COF, Marques JA, Bovolato MC, Gomes A, Parizi AGS, Oliveira A, Straioto FG. Importância do cirurgião-dentista em Unidade de Terapia Intensiva: avaliação multidisciplinar. Rev. Assoc. Paul. Cir. Dent.2013;67(2):107–11. Disponível em: http://revodonto.bvsalud.org/scielo.php?pid=S0004-52762013000200004&script=sci_arttext
  2. Santos PSS, Mello WR, Wakim RCS, Paschoal MAG. Uso de solução bucal com sistema enzimático em pacientes totalmente dependentes de cuidados em unidade de terapia intensiva. Rev Bras Ter Intensiva. 2008;20(2):154–9. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rbti/a/hqKKrHfb64kbPZsGFRhLVsK/?lang=pt
  3. Brasil. Ministério da Saúde. Instrução Normativa Nº 4 , de 24 de fevereiro de 2010. Dispõe sobre indicadores para avaliação de Unidades de Terapia Intensiva. 2010:1p. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2010/int0004_24_02_2010.html