É necessário que o dentista esteja presente na equipe multidisciplinar das unidades de terapia intensiva (UTI), para que através dos cuidados bucais, como higienização e controle de colonizações patogênicas, possam minimizar os riscos de comprometimento sistêmicos e dar melhor qualidade de vida a esses pacientes(1). |
Um controle rigoroso da higiene bucal de pacientes admitidos em UTI visa controlar o desenvolvimento e a maturação de um biofilme de maior patogenicidade em diversas partes da cavidade bucal, não só dentes, mas também mucosa de recobrimento(bochecha), língua e dispositivos protéticos fixos e móveis(próteses). As bactérias gram-positivas são comumente encontradas na cavidade bucal, mas à medida que o biofilme desenvolve, podem ocorrer associações com bactérias anaeróbicas gram-negativas e fungos, tornando este biofilme mais patogênico e, consequentemente, aumentando o risco de complicações sistêmicas como endocardite bacteriana e pneumonia nosocomial(2).
Diante desses fatos, há fortes argumentos de que cuidados bucais realizados por dentistas deva se integrar à equipe multidisciplinar de profissionais de saúde em UTIs. A diretoria colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) em resolução – RDC nº 7, de 24 de fevereiro de 2010, apresenta os requisitos mínimos para funcionamento de unidades de terapia intensiva. Nos termos desta resolução é dito que o acesso a recursos assistenciais (Art. 18) deve ser garantido por meios próprios ou terceirizados, que devem ser proporcionados serviços obrigatórios à beira do leito, sendo um deles a assistência odontológica(3). A presença de assistência odontológica é importante e contribui para a melhora sistêmica do indivíduo, possibilitando verdadeiro exercício do trabalho interdisciplinar e prevalecendo a saúde integral do paciente.