Os diagnósticos diferenciais em pacientes gestantes com tireotoxicose devem incluir Doença de Graves e hipertireoidismo gestacional¹,². O quadro clínico (bócio, oftalmopatia), história prévia de tireotoxicose e o TRAb positivo favorecem o diagnóstico de Graves (Nível B).
Deve ser desaconselhada a gestação em mulheres com Doença de Graves que ainda não alcançou o eutireoidismo (Nível D), sendo recomendado o uso de anticoncepcionais¹.
No primeiro trimestre de gestação, as recomendações atuais³ sugerem o uso de propiltiouracil (PTU) para o tratamento do hipertireoidismo (Nível C), com posterior substituição pelo metimazol. Isso devido à embriopatia associada ao metimazol e a maior hepatotoxidade do PTU.
Na literatura, a dose inicial varia de 50 a 450 mg/dia de PTU (em 3 tomadas diárias) e 5 a 20 mg/dia de metimazol (dose única). Na prática clínica, as doses utilizadas tendem a serem maiores na tentativa de normalizar mais rapidamente o quadro e evitar os efeitos nocivos ao feto do hipertireoidismo.
A terapia com radioiodo é contraindicada¹ (nível D) e a tireoidectomia raramente indicada¹ (nível C).
A tireotoxicose gestacional geralmente não requer um tratamento específico, apenas uma terapia transitória com betabloqueadores por período normalmente inferior a 2 meses (Nível B)².
A dosagem de TRAb obtida entre a 20ª e 24ª semana de gestão é recomendada, como preditor de hipertireoidismo fetal (Nível D).¹,²
Nestas situações, é aconselhado que o médico da APS acompanhe conjuntamente com o especialista focal