O National Cancer Institute, dos Estados Unidos, instituiu em 2007 o Sistema Bethesda para laudos citopatológicos de tireóide¹, com a seguinte correlação entre categoria diagnóstica e interpretação clínica:
Categoria diagnóstica Significado
I Amostra não diagnóstica
II Benigno
III Atípicas/Lesão folicular de significado indeterminado
IV Suspeito para neoplasia folicular ou Neoplasia Folicular
V Suspeito para malignidade
VI Maligno
Como condutas restritas à atenção primária /básica, recomendam-se1,2:
- A repetição do PAAF com intervalo de 3-6 meses, guiada por ultrassom, para Bethesda Categoria I (Nível B).Se o resultado da PAAF permanecer, a cirurgia está indicada em pacientes de alto risco clínico** ou nódulo maior que 2 cm. Pacientes com baixa suspeita clínica e ultrassonográfica, com nódulo menor do que 2 cm, devem ser acompanhados clinicamente (Nível C).
- Nódulos comBethesda Categoria II devem ter acompanhamento clínico, estando indicada a repetição da PAAF se houver crescimento significativo do nódulo(>50% em relação ao volume inicial) e/ou aparecerem novas características ultrassonográficas sugestivas de malignidade (Nível B).
- O acompanhamento clínico dessas duas classes inclui o seguimento ultrassonográfico, com intervalo variando entre 6 a 24 meses.
- Diante das demais categorias diagnósticas, recomendo o encaminhamento ao endocrinologista para planejamento cirúrgico ou propedêuticas adicionais (Nível D)
Dados da história e exame físico que sugerem 2 maior risco de malignidade do nódulo tireoidiano são o sexo masculino;
Idade < 20 anos ou > 70 anos; história de exposição à radiação ionizante ou radioterapia cervical na infância ou adolescência;
Diagnóstico prévio de câncer de tireóide tratado com tireoidectomia parcial; história familiar (parente de primeiro grau) de câncer de tireóide; especialmente se ≥ 2 membros afetados, no caso de carcinoma diferenciado;
Síndromes hereditárias neoplásicas; nódulo com rápido crescimento ou volumoso com sintomas compressivos;
Nódulo endurecido, aderido a planos profundos, pouco móvel; associado a paralisia ipsilateral de corda vocal; linfonodomegalia cervical;
Nódulo incidentalmente detectado no FDG-PET (como captação focal) em pacientes oncológicos.
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