Como podemos tratar e prevenir impetigo?

| 18 março 2022 | ID: sofs-44752
Solicitante:
CIAP2:
DeCS/MeSH:

O tratamento e prevenção consiste principalmente de:

Tratamento:  remoção das crostas com água morna e sabão, seguida de aplicação de um antibiótico tópico como neomicina, gentamicina ou mupirocina. O tratamento tópico, além de ter uma duração mais curta com aplicação direta ao local, reduz o potencial de absorção sistêmica, efeitos adversos e diminuem o potencial de desenvolvimento de resistência aos antibióticos, como MRSA (antibióticos resistentes à meticilina), tornando o mais preferido para impetigo leve e moderado(1-3). Terapias naturais e medicamentos tradicionais tópicos, como óleo essencial de tea tree / Melaleuca alternifolia, tem sido usado com sucesso, incluindo S. aurus resistentes à meticilina, devido às propriedades antibacterianas, antifúngicas, antivirais, inseticidas, antioxidantes e anti-inflamatórias desses óleos(3).

Controle e prevenção da doença:  a prática de boa higiene das mãos, uso de desinfetantes e tratamento das lesões com antibióticos. Roupas, lençóis e toalhas usados ​​por uma pessoa infectada devem ser lavados todos os dias e não devem ser compartilhados com outras pessoas da casa. Pessoas com impetigo podem retornar à escola ou ao trabalho após o início do tratamento com antibióticos se as lesões na pele exposta estiverem cobertas(1,2,4).

 

Modo de transmissão: quando a disseminação do impetigo acontece de forma sistêmica pode resultar em celulite, linfangite ou septicemia, quando causado pelo S. aureus. Pode também resultar em bacteremia por GAS, glomerulonefrite pós-estreptocócica aguda, febre reumática aguda e doenças inflamatórias que podem levar à doença renal crônica e doença cardíaca reumática, quando causado pelo S. piogenes.  Nesses casos, o tratamento é realizado com antibióticos orais como dicloxacilina, flucloxacilina, cefalexina e trimetoprima/sulfametoxazol, dependendo da resistência da bactéria causadora da doença ao antibiótico(1-3).


O impetigo é uma infecção piogênica na pele altamente contagiosa causada pela bactéria Staphylococcus aureus ou/e Streptococcus piogenes, um estreptococo beta hemolítico do grupo A (GAS)(1).

Existem duas formas clínicas: o impetigo bolhoso, causado por Staphylococcu, e o não-bolhoso, em que se isolam estafilococos e estreptococos, sendo esses últimos predominantes. As mãos são o meio mais importante para transmitir a infecção. A fonte mais comum de propagação epidêmica são as lesões supurativas. O ácaro da sarna contribui com a doença ao romper a barreira da pele e facilitar a entrada de bactérias patogênicas do impetigo no sangue do indivíduo.

 

SOF Relacionada:

  1. Qual o melhor antibiótico tópico para uso no tratamento do impetigo?

Bibliografia Selecionada:

1. May P, Bowen A, Tong S, Steer A, Prince S, Andrews R, Carapetis J. Protocol for the systematic review of the prevention, treatment and public health management of impetigo, scabies and fungal skin infections in resource-limited settings. Syst Rev. 2016;5(1):162. Disponível em: https://systematicreviewsjournal.biomedcentral.com/articles/10.1186/s13643-016-0335-0

 

2. World Health Organization (WHO). Department of Child and Adolescent Health and Development. Epidemiology and management of common skin diseases in children in developing countries (No.WHO/FCH/CAH/05.12). Geneva; [acesso em 26 jan 2022]. 2005:62p. Disponível em https://apps.who.int/iris/bitstream/handle/10665/69229/WHO_FCH_CAH_05.12_eng.pdf?sequence=1&isAllowed=y

 

3. Abrha S, Tesfaye W, Thomas J. Intolerable Burden of Impetigo in Endemic Settings: A Review of the Current State of Play and Future Directions for Alternative Treatments. Antibiotics (Basel) 2020;9(12):909. Disponível em: https://www.mdpi.com/2079-6382/9/12/909

 

4. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas de Saúde. Departamento de Atenção Básica. Área Técnica de Dermatologia Sanitária. Dermatologia na Atenção Básica. (Cadernos de Atenção Básica Nº 9/Série A – Normas de Manuais Técnicos; n° 174) Brasília.  [acesso em 26 jan 2022]. 2002:142p. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guiafinal9.pdf