Os sintomáticos respiratórios de tuberculose na população ribeirinha devem ser identificados pelos agentes comunitários de saúde para articulação do atendimento com a equipe de saúde local. Seguindo, o fluxo de atendimento para diagnóstico e tratamento:
a) Identificação de sintomáticos respiratórios na comunidade ribeirinha;
b) Orientação para coleta de material biológico (escarro) para exame de Bacilo Álcool-ácido Resistente (BAAR), conforme Manual de recomendações para o controle da Tuberculose no Brasil(2);
c) Disponibilização de pote descartável de plástico transparente com capacidade de 35-50 ml.
d) Entrega do material biológico para análise no laboratório da Unidade Básica Fluvial (2 horas para resultado);
e) Após diagnóstico, orientações de tratamento e monitoramento do caso e demais contatos.
A tuberculose (TB) continua sendo um importante problema de saúde pública mundial. Estima-se que em 2019, no mundo, cerca de dez milhões de pessoas desenvolveram TB e 1,2 milhão morreram devido à doença(1).
A TB pode acometer uma série de órgãos e/ou sistemas e a forma pulmonar, além de ser a mais frequente, é também a mais relevante para a saúde pública, pois é essa forma, especialmente a bacilífera, responsável pela manutenção da cadeia de transmissão da doença. A busca ativa de sintomático respiratório (SR) é uma importante estratégia para o controle da TB, uma vez que permite a detecção precoce das formas pulmonares(2).
Em 2020, o Amazonas teve a maior taxa de incidência de TB do Brasil com 64,8 casos por 100 mil habitantes, onde foram registrados 2.863 casos novos da doença, no Sistema de Informação da Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas (FVS-AM)(3).
Entre as populações da Amazônia Brasileira, encontra-se a população ribeirinha que dispõe de um arranjo organizativo do Sistema Único de Saúde denominado de Saúde Ribeirinha. Trata-se de um modelo de atenção operacionalizado por Unidades Básicas de Saúde Fluvial, para viabilizar cuidados básicos em saúde e visa ampliar a cobertura universal para populações com barreiras de acesso(4).
1. World Health Organization (WHO). Global Tuberculosis Report 2020. Geneva: WHO. (Acesso 14/Fev/2022). 2020:232p. Disponível em: https://www.who.int/publications/i/item/9789240013131
2. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis. Manual de recomendações para o controle da Tuberculose no Brasil [Internet]. (Acesso 14/Fev/2022). 2 ed. atualizada.2019:363p. Disponível em: http://www.aids.gov.br/pt-br/pub/2019/manual-de-recomendacoes-para-o-controle-da-tuberculose-no-brasil
3. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Boletim Epidemiológico. Tuberculose 2021. (Acesso 14/Fev/2022). Número Especial. Março 2021:44p. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/media/pdf/2021/marco/24/boletim-tuberculose-2021_24.03
4. Kadri MRE, et al. Unidade Básica de Saúde Fluvial: um novo modelo da Atenção Básica para a Amazônia. Brasil.Floating Primary Health Center: a new approach to Primary Care in the Amazon, Brazil. (Acesso 14/Fev/2022). Interface (Botucatu, Online). 2019;23: e180613. Disponível em: https://doi.org/10.1590/Interface.180613