Como o dentista deve tratar a mucocele?

| 13 dezembro 2021 | ID: sofs-44513
Solicitante:
CIAP2:
DeCS/MeSH: ,

Deve tratar por meio da excisão cirúrgica direta com bisturi. Tal remoção cirúrgica ocorre por meio da aplicação de anestésico de forma infiltrativa periférica à lesão para que não haja descaracterização desta e facilite o acesso adequado. Após, deve realizar incisão de maneira minuciosa com bisturi no epitélio, tomando o cuidado para não perfurar a lesão, seguida da divulsão tecidual por dissecção fazendo a exérese tanto da mucocele quanto das glândulas adjacentes, para que os índices de recidivas sejam menores. Após a exérese, deve suturar com fio de seda 4.0 por meio de uma agulha não traumática. Após o procedimento, recomenda-se ao paciente o uso de gelo nas primeiras 24 horas e a prescrição de anti-inflamatórios e analgésicos caso necessário. A retirada da sutura ocorre deve ser realizada em média no sétimo dia após a excisão cirúrgica(1-3).


A mucocele é a lesão benigna das glândulas salivares mais comum em crianças brasileiras(4,5). É um fenômeno de extravasamento de muco para os tecidos moles adjacentes, devido à ruptura de um ducto excretor de glândula salivar menor, por trauma. Sem predileção por sexo, o lábio inferior é o local mais comum (75 a 80%), podendo ocorrer também em outras regiões da cavidade bucal. Caracteriza-se por uma vesícula ou bolha, de cor azulada ou semelhante à mucosa, dependendo da profundidade da lesão, de formato bem definido, superfície lisa, medindo até 1 cm e consistência flutuante à palpação, com históricos repetidos de inchaço e esvaziamento(3).
Apesar da excisão cirúrgica ser a técnica mais utilizada por ser mais prática, eficaz e de baixo custo, outra técnica, como a micromarsupialização também pode ser realizada, onde o dentista utiliza o fio de seda para transpassar a lesão, mantendo a sutura por um período médio de sete dias(1).

Bibliografia Selecionada:

1. Danelon M, Lodi CS, Favretto CO, Crivelini MM, Cunha RF, Delbem ACB. Diagnóstico e tratamento de mucocele em odontopediatria: relato de caso. Arch Health Investig 2013;2(5):47-53. Disponível em: https://www.archhealthinvestigation.com.br/ArcHI/article/view/206/467

 

2. Yuhan BT, Svider PF, Mutchnick S, Sheyn A. Benign and Malignant Oral Lesions in Children and Adolescents: An Organized Approach to Diagnosis and Management. Pediatr Clin North Am 2018;65(5):1033-50. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/30213347/

 

3. Neville BW, Damm DD, Allen C. Patologia oral e maxilofacial. 4.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016.

 

4. Prosdócimo ML, Agostini M, Romañach MJ, Andrade BAB. A retrospective analysis of oral and maxillofacial pathology in a pediatric population from Rio de Janeiro-Brazil over a 75-year period. Med Oral Patol Oral Cir Bucal 2018;23(5):e511-e517. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/30148463/

 

5. Ataíde AP, Fonseca FP, Santos Silva AR, Jorge Júnior J, Lopes MA, Vargas PA. Distribution of oral and maxillofacial lesions in pediatric patients from a Brazilian southeastern population. Int J Pediatr Otorhinolaryngol 2016;90:241-4. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/27729142/