- Remoção de líquidos que estão fora da circulação sanguínea, como nos casos de inchaços (edemas). Os vasos linfáticos estão espalhados pelo corpo assim como os vasos sanguíneos. Ambos estão interligados.
- Absorção das gorduras digeridas nos intestinos para a circulação sanguínea
- Desenvolvimento e circulação das células de defesa, chamados de linfócitos. Os linfócitos são apenas uma das linhagens dos glóbulos brancos. Entre suas funções, está a produção dos anticorpos para combater infecções.
- Recolher e encaminhar microrganismos invasores até os órgãos linfóides para que possam ser combatidos pelo nosso sistema imune.
Os vasos linfáticos transportam a linfa, um líquido brancacento formado basicamente de plasma e glóbulos brancos. Como já citado, estes vasos recolhem o excesso de líquido que extravasa dos vasos sanguíneos e que normalmente se aloja no meio intercelular. Esse líquido recolhido viaja até os linfonodos, também chamados de gânglios linfáticos. Os linfonodos são ricos em células de defesa e qualquer microrganismo invasor que por lá passe é eliminado. São uma espécie de delegacia de polícia do corpo. Depois desta “filtragem” o líquido linfático retorna ao vaso sanguíneo. O baço, o timo e as amígdalas são órgãos linfáticos. Grosseiramente, podemos dizer que funcionam como grandes linfonodos. Bom, feitas as devidas explicações, vamos falar então dos linfomas. Os linfomas são os cânceres das células do sistema linfático, basicamente dos linfócitos. Podemos dizer que o linfoma é um primo da leucemia. A diferença está no fato do linfoma crescer dentro dos órgãos linfóides, como nos linfonodos, enquanto que a leucemia se forma na medula óssea, onde as células sanguíneas são produzidas, liberando suas células malignas para circularem pelo sangue. Por isso, o linfoma costuma formar tumores sólidos, enquanto que a leucemia é um “tumor líquido”. Se um linfócito sofrer uma tranformação maligna na medula óssea, onde é produzido, ele vira leucemia. Se essa mutação ocorrer quando ele já se encontra nos linfonodos, vira linfoma. O linfoma foi descrito pela primeira vez em 1839 por Thomas Hodgkin, médico inglês. Desde então, foram descritos mais de 40 subtipos, que se diferenciam pela linhagem das células e por alterações a nível molecular. Hoje classificam-se os linfomas em 2 grandes grupos: o linfoma de Hodgkin e os linfomas não-Hodgkin. Ambos têm apresentação clínica semelhante, porém, dependendo do seu subtipo, o prognóstico varia muito. Os linfomas são os tumores sanguíneos mais comuns (mais que as leucemias) e estão entre os 10 cânceres mais comuns no mundo. Podem acometer desde crianças até idosos. Não se sabe bem a sua causa, porém, algumas associações estão bem estabelecidas. Algumas pessoas que tiveram infecção pelo vírus Epstein-Barr, causador da mononucleose, ou pelo HIV, podem desenvolver linfoma. Em alguns outros casos, a bactéria H.pylori, causadora de úlceras gástricas, também está relacionada a alguns tipos de linfomas. Outros fatores de risco são história de linfoma na família, diminuição da imunidade (imunossupressão), como nos casos de transplante de órgãos, doenças auto-imunes, exposição a radiação e a alguns tipos de herbicidas. SINTOMAS O linfoma costuma apresentar sintomas inespecíficos como febre, suores noturnos, perda de peso, prurido (coceira) e astenia (fraqueza). Um achado mais específico é o aumento assintomático dos linfonodos (inguas) sem uma infecção correspondente. Geralmente, em uma infecção de garganta, uma afta, uma espinha maior no rosto ou mesmo uma ferida no couro cabeludo pode surgir um ou mais linfonodos aumentados e dolorosos no pescoço. É a famosa ingua. Isto é chamado na linguagem médica de linfadenopatia reacional, e nada mais é que linfonodos recebendo e combatendo as bactérias. Assim que a infecção é controlada, em poucos dias, o(s) linfonodo(s) retorna(m) ao normal. No linfoma, esse aumento dos gânglios é indolor e persistente, por vezes progressivo, e não se identificam lesões ou infecções que possam justificar o seu aparecimento. Esse aumento não é reacional, e sim, pelo crescimento das células cancerígenas. É o tumor do linfoma. Outra dica é o aparecimento de linfonodos em locais pouco comuns como na região acima da clavícula ou nas axilas. Aumento de linfonodos associado a um baço aumentado de tamanho (normalmente perceptível ao exame físico) é muito sugestivo de linfoma. Outros gânglios que costumam formar tumores são os do mediastino (região dentro do tórax entre coração e pulmões). Neste caso só são identificados através de exames como a radiografia de tórax ou tomografia computadorizada. O diagnóstico é feito normalmente através da biópsia do linfonodo aumentado. PROGNÓSTICO Falar em probabilidade de cura em câncer é muito delicado, principalmente nos linfomas, que apresentam inúmeros subtipos. Como em qualquer neoplasia, quanto mais precoce for a detecção, maiores são as chances de sucesso. No linfoma Hodgkin, a detecção precoce, quando ainda há poucos linfonodos acometidos, normalmente indica grande probabilidade de sucesso da quimioterapia. Mais de 80% conseguem controlar a doença. Os linfomas não-Hodgkin apresentam muitos subtipos e por isso podem ser divididos em 2 categorias.
- Tumores indolentes (baixo grau) – São aqueles que crescem lentamente, ao longo de anos. Se por um lado o paciente pode viver até 20 anos com o tumor, por outro, a cura completa é muito difícil, pois as células respondem pouco à quimioterapia.
- Tumores agressivos (alto grau) – Os linfomas de alto grau se não tratados a tempo levam a óbito em alguns meses. O lado bom da história é que são neoplasias que costumam responder bem a quimioterapia, havendo uma taxa de cura alta, se identificados precocemente.”