O objetivo do tratamento da pancreatite crônica concentra-se no alívio da dor e na correção da má-absorção.
Há 4 passos iniciais para o tratamento da pancreatite: suspender o uso de álcool, dieta hipolipídica, normalização dos triglicerídeos (triglicerídeos maior que 500mg/dL necessitam início imediato de medicação), e suspender drogas exacerbadoras (como a azatioprina).
Realizados estes 4 passos podemos passar para o manejo da dor com paracetamol e/ou ibuprofeno, mas deve se ter em mente que muitos pacientes necessitam o uso de opióides em associação.
Para pacientes que não obtém controle adequado da dor, pode-se tentar o uso de enzimas pancreáticas (25 a 30 mil unidades de lípase por refeição) em associação com ocreotide. Não havendo melhora da dor, deve-se pensar na abordagem cirúrgica que parece ser superior a abordagem endoscópica, mas por ser menos invasiva justifica-se de ser tentada antes.
Com relação à má-absorção, esta deve ser tratada quando o paciente apresentar esteatorréia, mesmo em vigência de dieta hipolipídica adequada. Neste caso deve-se usar 25 a 30 mil unidades de lípase por refeição. Em alguns pacientes o ácido gástrico destrói as enzimas pancreáticas e neste caso a esteatorréia permanece. Deve-se usar, então, enzimas de liberação entérica e se não disponível pode-se usar antagonistas dos receptores H2 (ranitidina) ou inibidores da bomba de prótons (omeprazol). Se todas as medidas acima forem inefetivas deve-se reafirmar o diagnóstico ou procurar causas que possam estar contribuindo como sprue celíaco, doença de íleo-terminal e crescimento bacteriano.