Existe atualmente um Programa para Cessação de Tabagismo elaborado pelo Ministério da Saúde em parceria com o Instituto Nacional de Câncer (INCA) destinado a ajudar os participantes a deixarem de fumar, fornecendo-lhes todas as informações e estratégias necessárias para direcionar seus próprios esforços nesse sentido.
Ele consiste de uma abordagem ativa e pragmática, em que os participantes são incentivados a aplicar o que aprendem com o Programa em vários aspectos de sua vida.
Este Programa consiste de quatro sessões de grupo (de 10 a 15 pessoas), de uma hora e meia, uma vez por semana, por um período de quatro semanas. Num programa com essa duração, obtém-se tanto êxito quanto num programa mais longo. Ele aborda os comportamentos, pensamentos e sentimentos dos fumantes, com elementos que são significativos para ajudar fumantes a pararem de fumar e a permanecerem sem cigarros.
Utiliza-se também da interação de grupo para incentivar e apoiar as mudanças, sem, no entanto, estimular a dependência dos participantes ao grupo. Embora tenha sido elaborado para ser aplicado desta forma, pode haver flexibilidade, conforme a necessidade do grupo. Existem opções como conduzir encontros mais demorados, onde filmes sejam exibidos ou as discussões do grupo sejam mais profundas.
O Programa deve ser coordenado por dois profissionais de saúde de nível universitário, previamente capacitados e que possuam as seguintes qualidades: tenham compromisso com a prevenção da saúde, gostem de trabalhar com grupos, tenham facilidade de relacionamento, flexibilidade e bom senso, sejam capazes de falar simples e diretamente e não serem fumantes.
No entanto, caso não haja disponibilidade dos dois profissionais, os grupos poderão ser orientados somente por um deles.
Cada sessão deverá ser dividida em quatro etapas, sendo elas: atenção individual, estratégias e informações, revisão e discussão, e tarefas. Cerca de 25 minutos deverão ser utilizados para a atenção individual, as estratégias e informações e revisão e discussão.
Para a determinação das tarefas deverão ser gastos no máximo os 15 minutos finais.
As quatro fases tem o objetivo de ajudá-lo a estruturar as sessões de grupo e a determinar quanto tempo será dedicado às várias atividades. Não é necessário nem desejável chamar a atenção para a separação e o início de cada fase.
O tratamento para cessação do fumo deve utilizar tanto a abordagem cognitivo-comportamental (ACC) quanto o tratamento farmacológico. (Grau A) Este tipo de abordagem combina intervenções cognitivas com treinamento de habilidades comportamentais, o que é bastante utilizado para o tratamento das dependências químicas.
Este tipo de tratamento geralmente é realizado por psicólogos ou médicos treinados.
Os componentes principais da ACC envolvem a detecção de situações de risco de recaída, o desenvolvimento de estratégias de enfrentamento. Os estudos mostram que, qualquer que seja a duração dessa abordagem, há um aumento da taxa de abstinência.
O tratamento medicamentoso pode ser utilizado como um apoio, em situações bem definidas, para alguns pacientes que desejam parar de fumar. Esse tratamento tem a função de facilitar a ACC, que é a base para parar de fumar.
No momento, existem algumas medicações de eficácia comprovada na cessação de fumar.
São divididos em duas categorias: medicamentos nicotínicos e medicamentos não-nicotínicos. Os medicamentos de Terapia de Reposição de Nicotina (TRN) apresentam-se nas formas de adesivo, goma de mascar, inalador e aerossol.
Os medicamentos não-nicotínicos são os antidepressivos bupropiona e nortriptilina e o anti-hipertensivo clonidina.